Por Guilherme Parizio
Depois de Deus a melhor companhia deve ser a nossa. Se não gostamos de estar a sós como podemos reclamar que os outros não queiram estar conosco?
Existem três tipos de solidão:
1- A imposta. É a solidão dos desprezados, dos degredados e dos encarcerados nas solitárias. Solidão não escolhida. Condição terrível, imposta por terceiros e que degrada a alma que sente saudades do que lhe foi tirado de forma compulsória.
2- A auto-infligida. É a solidão acovardada, dos que se retiram do convívio social para evitar a dor. Solidão dos depressivos, dos apáticos, dos misantropos. Os que por este caminham enveredam pensam que fizeram a melhor escolha, não entendendo que não escolheram nada: simplesmente foram levados a isto pela sua enfermidade anímica. Solidão bem conhecida do que escreve estas linhas. Enfraquece o corpo, a alma e o espírito. Constitui-se em uma verdadeira prisão sem grades de ferro.
3- A solidão feliz. É a solidão dos contentes, dos felizes. É a solidão dos que fazem festa na alma. Que não tem necessidade de muitos estímulos sensoriais para se alegrar. Que, independente da "densidade populacional" ao seu redor, ficam serenos. Um sentido de perenidade permeia sua mente. Esta pessoa possui um "ventre" de que corre de rios de água viva!
As duas primeiras modalidades de solidão devem ser evitadas e combatidas ao máximo. A ultima deve ser desejada. Felizes são os que a praticam, pois os que estão ao seu redor sempre irão disputar de sua companhia.