quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ateucracia e Heterofobia


Dom Robinson Cavalcanti ([i])

A humanidade conviveu e tem convivido com regimes não-democráticos: monarquias absolutas, teocracias, ditaduras, aristocracias, oligarquias, que privilegiam famílias, etnias, religiões, partidos ou classes. Com a substituição do poder personalizado pelo poder institucionalizado, surgiram os Estados Nacionais, as constituições e a democracia, como “o povo politicamente organizado”. Na maioria das vezes, o formalismo democrático e a liturgia das eleições apenas legitimam grupos, que controlam os aparelhos do Estado. Ao povo cabe apenas escolher periodicamente, entre os escolhidos, os seus senhores. Presencia-se no Ocidente, sob a fachada da democracia, uma nova autocracia: a dos ateus e agnósticos e materialistas secularistas – netos do Iluminismo – contra a maioria religiosa dos cidadãos. Essa ideologia aparece mais nítida com o término da Guerra Fria, e pretende confundir Estado laico com Estado secularista. Por Estado laico se entende aquele legalmente separado das igrejas, sem religião oficial, com a igualdade perante a lei, que se constitui um avanço para a civilização, e que foi uma das bandeiras do protestantismo histórico no Brasil. O Estado secularista expressa uma ideologia militante de rejeição da religião, de sua negação como fato social, cultural e histórico, ou a considerando intrinsecamente negativa. No passado, tivemos a influência da filosofia positivista que, com sua “lei dos três estados”, advogava a marcha inexorável da história de uma etapa religiosa inferior para uma etapa superior, pretensamente científica ou positiva. Essa filosofia marcou grande parte das ideologias contemporâneas, inclusive o marxismo, cujos regimes, oficialmente ateus, procuravam “colaborar” com esse processo histórico perseguindo implacavelmente a religião e tornando compulsório o ensino do ateísmo. O que essa elite iluminada tem dificuldade de aceitar é o fato de que, no século 21, a religião em vez de diminuir está aumentando, no que Giles Kepel denomina “a revanche de Deus”, e que dá o título do novo “best-seller” de John Micklethwait e Adrian Wooldridge, “Deus Está de Volta”. Há todo um malabarismo intelectual para “explicar” essa anomalia, e, por outro lado, se procura promover um combate sistemático para contê-la. O antirreligiosismo teve como epicentro a Europa Ocidental, estendeu-se para a América do Norte, e se espalha pela periferia do sistema mundial, chegando até nós. Há uma prioridade de se atacar as religiões monoteístas de revelação, porque julgam que o monoteísmo promove a intolerância e a revelação traz conceitos e preceitos autoritativos retrógrados (o pecado, por exemplo) que se chocam com as visões tidas como superiores da autonomia das criaturas. Mais particularmente, esse ataque se centra contra o cristianismo. A intolerância para com a religião implica impossibilitar sua expressão nos espaços públicos ou que seus seguidores ajam publicamente por motivações religiosas. A religião, para seus adversários secularistas, deveria apenas ficar confinada às quatro paredes dos templos e dos lares, à subjetividade de cada um, condenada à irrelevância. Essa elite se sente iluminada, superior, com o papel histórico de proteger as pessoas delas mesmas, de corrigir seus “atrasos” e de “educar” a humanidade, seja pelo apropriação dos aparelhos ideológicos do Estado (educação, mídia), seja pelo uso do aparelho coercitivo do Estado (leis, justiça, polícia). Na esteira desse movimento temos tido a chatice do “politicamente correto” (moralismo de esquerda), a luta por retirar símbolos religiosos dos espaços públicos, acabar com os dias santificados, proibir a saudação “Feliz Natal” (deve-se apenas desejar “Boas Festas”), e a defesa de bandeiras como a liberação sexual, o aborto (no lugar do direito à vida, o direito da mulher a dispor do “seu” corpo), a eutanásia e a licitude das “orientações sexuais” – a chamada agenda GLSTB (gays, lésbicas, simpatizantes, transgêneros e bissexuais). Por sua mobilização política (e não por “descobertas científicas”) se promoveu a retirada dessa anomalia do rol das enfermidades e dos ilícitos – e se instituir o casamento homossexual -- e se parte para proibir os que querem deixá-la, cassar o registro de psicoterapeutas, forçar a maioria a mudar seus padrões morais e criminalizar os que não aderirem. Enquanto a Europa e a América do Norte já evidenciam um novo ciclo de perseguição religiosa, corre no Congresso Nacional um projeto de lei que faria o autor desse artigo ser condenado a até cinco anos de prisão por escrevê-lo. Enquanto a minoria materialista tenta forçar uma ateucracia e a minoria homossexual tenta fomentar uma heterofobia – ódio aos que insistem no seu direito de afirmar a normatividade da heterossexualidade, e de não aceitar a normalidade do homoerotismo – eles recebem o apoio (cavalo de troia) de outra minoria: o liberalismo teológico. A nós, a maioria, cabe, democraticamente, o direito à resistência!
[i] Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política – teoria bíblica e prática histórica e A Igreja, o País e o Mundo – desafios a uma fé engajada e Anglicanismo: Identidade, Relevância, Desafios. http://www.dar.org.br/

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Memória auditiva: Bach na infância

Por Guilherme Parizio

Quando era criança lembro que meu pai, em uma de suas andanças pelo Brasil afora, trouxe de presente para minha mãe um lindo álbum contendo três LP's com músicas cristãs executadas pelo coral da Igreja luterana de Porto Alegre, produzido pela Cave-Davel. Minha mãe sempre escutava e eu, de carona, também.

O engraçado é que eu era muito pequeno mas lembro que essas músicas me deixavam muito feliz e com uma sensação agradável de proximidade de Deus. Elas ficaram em minha memória e de vez em quando me via solfejando algumas delas. Só depois de rapaz é que fui saber que algumas das músicas eram nada mais, nada menos do grande compositor barroco J. S. Bach!
Como comecei muito cedo a gostar de música clássica, em especial barroca, minha mãe me presenteou com essa maravilhosa obra (meio que pressionada por mim, confesso) e ainda hoje a tenho comigo.

Hoje possuo um acervo modesto, mas bem interessante de obras barrocas e sempre compro alguma novidade. Das poucas gravadoras que lançam alguma coisa no mercado a mais regular é a Comep, das Edições Paulinas. Gravadora evangélica não conheço nenhuma. Pela internet existem alguns sites que disponibilizam gratuitamente algumas músicas.
Fuçando na rede, descobrí esse site http://www.espada.eti.br/musicas-1.htm que além de música clássica possui um acervo incrível de música de igreja (intróitos, hinos clássicos de hinários antigos e muito mais). Lá encontrei algumas das músicas que constam dos LP's. Uma das mais lindas é essa da cantata BWV 140 "Zion hört die Wächter singen" que está no youtube:




De fato, "a fé vem pelo ouvir".

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O culto à prosperidade

Os evangélicos, e em especial os da vertente pentecostal,
ajudaram a criar na América Latina um ambiente social
favorável à ética do trabalho e da conquista pessoal



Os escândalos envolvendo a Igreja Universal do Reino de Deus são apenas uma face feia de um movimento religioso que, em pouco mais de 100 anos, construiu na América Latina uma história inspiradora, estendendo a mão àqueles que buscavam conforto espiritual em uma nova fé. Os evangélicos são herdeiros de uma tradição protestante que encontrou solo fértil nos Estados Unidos, baseada no comprometimento pessoal com Cristo e na adesão estrita à Bíblia. A vertente evangélica mais bem-sucedida no subcontinente é a pentecostal, que une a ortodoxia bíblica à ênfase na salvação por meio de milagres. Dois em cada três evangélicos latino-americanos são pentecostais ou neopentecostais – subcorrente que inclui a Igreja Universal. Na América Latina, aonde chegaram por meio de missionários americanos e europeus, as igrejas evangélicas difundiram a ética do trabalho e da realização pessoal e deram um senso de comunidade aos migrantes rurais que vinham para as cidades. A flexibilidade na hierarquia religiosa – qualquer um pode ser pastor, mesmo sem estudos – também ajudou a conquistar adeptos, principalmente entre as massas iletradas. Nos últimos quarenta anos, a população evangélica na América Latina pulou de 15 milhões para mais de 60 milhões de fiéis. Elas seguem uma grande variedade de denominações, algumas autóctones, outras filiais de igrejas brasileiras e americanas.

O pentecostalismo, com sua doutrina do bem-estar econômico indissociável da espiritualidade religiosa, teve o mérito de barrar o avanço de ideologias revolucionárias de esquerda na América Latina. As novas fés protestantes abordam o descontentamento social de maneira radicalmente diferente das teorias marxistas. Para os pentecostais, a pobreza é resultado do fracasso pessoal, não de um sistema econômico injusto. Na década de 70, quando as igrejas pentecostais começaram a crescer mais rapidamente na América Latina, o foco no conforto espiritual e na realização material serviu como contraponto à Teologia da Libertação, aquela estranha concepção marxista de catolicismo que transformou Jesus Cristo numa espécie de Che Guevara da Antiguidade.
Fonte: Revista Veja (19/08/09)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Demografia da Fé.




Fonte: Veja Online

domingo, 2 de agosto de 2009

Gays farão ´beijaço` contra Mórmons

San Diego, EUA) Os grupos de defesa dos direitos dos homossexuais, em San Diego, estão planejando um "beijaço" em frente ao templo Mórmon, onde um casal gay foi detido por seguranças ao se beijar.



Os dois tinham saído de um show e voltavam para casa e estavam passando pelo local quando foram detidos.



A praça por onde eles passavam é propriedade da Igreja dos Mórmons e fica em frente ao templo.



O beijaço será o terceiro este ano contra atos de discriminação para com os homossexuais.



O porta-voz da Igreja disse que o casal tinha sido detido por se recusar a deixar a propriedade (a praça) e por conta do comportamento considerado inapropriado.


(Da Redação do Toda Forma de Amor com informações do Advocate)



Quão Inclusiva é a Diocese do Recife?


Seria redundante a afirmação de que a Diocese do Recife é inclusiva, porque a inclusividade é uma marca do Anglicanismo, com o reconhecimento, por um lado, que há assuntos adiáforos, e, por outro lado, com o princípio norteador: “No essencial unidade; no acidental diversidade; em tudo caridade”.

Uma das causas do presente conflito na Comunhão Anglicana diz respeito, justamente, à compreensão do que se entende por inclusividade. É ela ilimitada ou limitada? E quais são os limites?

O Liberalismo Pós-Moderno Revisionista tem afirmado uma nova e amplíssima compreensão: não haveria essenciais; tudo seria acidental. O tudo onde nos movemos em caridade é um tudo acidental, relativo. Os Credos e Confissões de Fé seriam documentos meramente históricos, informativos dos seus contextos, sem valor normativo, o mesmo se diga das prescrições bíblicas. A Igreja teria errado em definir heresias e expulsar os hereges. As heresias eram apenas “correntes”, “pontos de vista” que deveriam ter permanecido legítimos no interior de um espaço eclesial radicalmente plural. Nesse caso, em nossos dias, por que não incluirmos os mórmons e as testemunhas de Jeová?

Uma tendência mais radicalmente conservadora – seja tradicional, seja “renovada” – poderia ser tentada a transferir acidentais para a coluna de essenciais, reduzindo a primeira e ampliando a segunda, sob a sombra do sectarismo legalista-moralista, quase sempre com um déficit de caridade.

Em sua sofrida história, a Diocese do Recife tem afirmado a inclusividade limitada. Inclusividade dos gêneros, raças, classes sociais, níveis de instrução. Inclusividade de posicionamentos político-filosófico-ideológicos, de temperamentos e personalidades, de dons e vocações, de gostos estéticos. Inclusividade pelo reconhecimento da estabilidade da Ética e da mutabilidade da Moral. Inclusividade de tonalidades litúrgicas. Inclusividade dos aspectos periféricos da doutrina: aspersionistas vs. imersionistas, calvinistas vs. arminianos, pré-milenistas, a-milenistas ou pós-milenistas.

Algo que me atraiu no Anglicanismo foi justamente a riqueza da sua policromia, e como podemos nos enriquecer mutuamente e crescer na diversidade. Esse é um tesouro que deve ser preservado.

O quadro das últimas décadas tem concorrido para um maior respeito entre as correntes ortodoxas: anglo-católicos, evangélicos e carismáticos, com suas subcorrentes e nuances. Mais do que respeito, temos nos influenciado mutuamente, com uma cada vez maior convergência entre a valorização dos sacramentos e da liturgia, a valorização das Escrituras e da conversão e a valorização do poder e dos dons emanados da ação contemporânea do Espírito Santo.

Cremos que as Escrituras Sagradas, os Credos, as deliberações dos primeiros Concílios, o consenso dos Pais da Igreja e dos Reformadores, o Livro de Oração Comum (LOC), particularmente o Ordinal e os Trinta e Nove Artigos de Religião de Religião, o Quadrilátero de Lambeth, bem como as Resoluções das Conferências de Lambeth e os Cânones, são balizamentos limitadores da nossa inclusividade. Há lugar para uma ampla diversidade, mas não para uma diversidade total (“vale tudo”). Há lugar para uma ampla diversidade, mas no acidental.

Quando uma Província ou Diocese se pretende um ser sem doutrina e sem padrões de comportamento, essa visão de vanguardista não faz justiça ao que o Anglicanismo tem entendido por inclusividade ao longo da sua História.

A manutenção de essenciais nos liga à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, e nos liga à Reforma, ao mesmo tempo em que nos vincula a uma identidade peculiar nossa. Aqui e ali, temos que enfrentar, também, avanços de limites que, em nome do anglo-catolicismo se quer incorporar romanismos, em nome do evangelicalismo se quer incorporar batistismos, e em nome do carismatimos se quer incorporar pentecostalismos.


A Diocese do Recife tem, por razões históricas, conhecido uma hegemonia evangélica e uma influência carismática, mas hegemonia não é exclusividade, e nunca fomos monocromáticos na espiritualidade das nossas diversas Paróquias, Missões e Pontos Missionários.

Somos absolutamente inclusivos quanto aos pecadores: todos são cordialmente bem-vindos às nossas comunidades de fé. Somos absolutamente inclusivos quanto aos pecados: não há “mortais”, nem “veniais”. Somos absolutamente inclusivos quanto à conversão: todos devem nascer de novo. Somos absolutamente inclusivos quanto à santidade: todos devem crescer ao caráter de Cristo.

Sei, perfeitamente, que não é fácil se manter o equilíbrio, o bom senso e a diversidade em um tempo de relativismo ou de intolerância. Mas, estou convencido, que devemos sempre buscar esse objetivo, e que essa deve ser uma das nossas contribuições para o conjunto do Cristianismo no Brasil.

É nisso que cremos, e que Ele nos ajude!

Recife (PE), 31 de julho de 2009.

Festa de José de Arimateia

+ Dom Robinson Cavalcanti, ose

Bispo Diocesano

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Cristianismo Sofreu Influência do Mitraísmo?

Por Norman Geisler, Th.D; Ph.D.


Alguns críticos contemporâneos do cristianismo argumentam que essa religião não é baseada na revelação divina, mas foi emprestada das religiões de mistério, tais como o mitraísmo. O autor mulçumano Yousuf Saleem Chishti atribui doutrinas como a divindadde de Cristo e a expiação a ensinamentos pagãos dos pais da igreja.

Teoria de fonte pagã, Chishti tenta demonstrar a vasta influência das religiões de mistério sobre o cristianismo:

“A doutrina cristã da expiação foi altamente influenciada pelas religiões de mistério, principalmente o mitraísmo, que tinha seu filho de deus e mãe Virgem, crucificação e ressurreição após expiação dos pecados da humanidade e, finalmente, sua ascensão ao sétimo céu.”

Ele acrencenta:

“Quem estudar os ensinamentos do mitraísmo juntamente com os do cristianismo, certamente se surpreenderá com a afinidade que é visível entre eles, tanto que muitos críticos são obrigados a concluir que o cristianismo é o fac-símile ou a segunda edição do mitraísmo (Chishti, p.87)”.

Hishit descreve algumas semelhanças entre cristo e Mitra: Mitra foi considerado o filho de Deus, foi um salvador e nasceu de uma virgem, teve doze discípulos, foi crucificado, ressucitou dos mortos no terceiro dia, expiou os pecados da humanidade e voltou para o seu pai no céu (ibid.,87-8).


Avaliação Apologética Cristã:

Uma leitura honesta do NT demonstra que Paulo não ensinou uma nova religião nem baseou-se em mitologia existente. As pedras fundamentais do cristianismo são tiradas claramente do judaísmo em geral e da vida de um personagem histórico chamado Jesus.

Jesus é a origem da religião de Paulo. Um estudo cuidadoso das epístolas e dos evangelhos revela que a fonte dos ensinamentos de Paulo sobre a salvação era o AT e os ensinamentos de Jesus. Uma comparação simples dos ensinamentos de Jesus e Paulo demonstrará isso.

Ambos ensinaram que o cristianismo cumpria o judaísmo. Paulo, como Jesus, ensinou que o cristianismo era um cumprimento do judaísmo. Jesus declarou: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mt 5.17). A lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele. É mais fácil os céus e a terra desaparecerem do que cair da lei o menor traço (Lc.16.16,17).

O cristianismo de Paulo e de Jesus é bom conhecedor do judaísmo e está completamente alheio às seitas de mistério. Paulo escreveu aos romanos: “Porque o fim da lei é cristo, para a justificação de todo o que crê” (Rm 10.4). Ele acrescentou aos colossenses: “Ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou á celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo” (Cl 2.16,17).

O cristianismo ensinou que os seres humanos são pecadores. tanto Paulo quanto Jesus ensinaram que os seres humanos são pecadores.Jesus declarou: “Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhes serão perdoados” (Mc 3.28).Ele acrescentou em João: “ Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados.se vocês não crerem que eu Sou (aquele que afirmo ser), de fato morrerão em seus pecados” (Jo 8.24).

Paulo declarou que todos os seres humanos são pecadores, insistindo em que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23).Ele acrescentou em Efésios: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados” (Ef.2.1).Na verdade, parte da própria definição do evangelho era que “Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras” (1 Co 15.3).

O cristianismo ensinou que a expiação de sangue era necessária.Tanto Jesus como Paulo insistiram em que o sangue derramado de Cristo era necessário como expiação pelos nossos pecados. Jesus proclamou: “Pois nem mesmo o Filho do Homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45).

Ele acrescentou na Última Ceia: “Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados” (Mt 26.28).

Paulo também é enfático. Afirmou que em Cristo “temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de caordo com as riquezas da graça de Deus” (Ef.1:7).

Em Romanos, acrescentou: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (5.8).Referindo-se à páscoa do AT., ele disse: “Cristo nosso Cordeiro pascal foi sacrificado” (1 Co 5.7).

O cristianismo enfatizou a ressurreição de Cristo. Jesus e Paulo também ensinaram que a morte e o sepultamento de Jesus foram completados por sua ressurreição corporal . Jesus disse: “está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar ao terceiro dia” (Lc 24.46).Jesus fez um desafio:”Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias (...)Mas o templo do qual ele falava era o seu corpo”( Jô 2.19,21).

Depois de ressuscitado dos mortos, seus discípulos lembraram-se do que ele disse. Então creram nas escrituras e nas palavras que Jesus havia dito (Jo 2.22;cf. 20.25-29).

O apóstolo Paulo também enfatizou a necessidade da ressurreição para a salvação.Aos romanos ele escreveu: “Ele (Jesus) foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”( Rm 4.25). Na verdade, Paulo insistiu que a crença na ressurreição era essencial para a salvação, ao escrever: “Se você confessar com a sua boca que Jesus Cristo é senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dos mortos, será salvo” (Rm 10.9).

O cristianismo ensinou que a salvação é pela graça mediante a fé. Jesus afirmou que todas as pessoas precisam da graça de Deus. Os discípulos de Jesus lhe disseram: “Neste caso, quem pode ser salvo?”.

Jesus olhou para eles e respondeu: “para o homem é impossível, mas para Deus, todas as coisas são possíveis" (Mt 19.25,26). Em todo o evangelho de João Jesus apresentou apenas uma maneira de obter a salvação graciosa de Deus: “Quem crê no Filho tem a vida eterna” (3.36; v.3.16;5.24;Mc 1.15).

Paulo ensinou a salvação pela graça mediante a fé, afirmando: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9; v. Tt 3. 5-7). Ele acrescentou aos romanos: “Todavia, àquele que não trabalha mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça” (4.5).

Uma comparação dos ensinamentos de Jesus e Paulo sobre salvação revela claramente que não há base para especular sobre qualquer fonte dos ensinamentos de Paulo além dos ensinamentos de Jesus.


O cristianismo baseou-se no judaísmo e não no mitraísmo.

Na realidade, a mensagem de Paulo acerca do evangelho foi examinada e aprovada pelos apóstolos originais (Gl 1 e 2 ), demonstrando o reconhecimento oficial de que a sua mensagem não se opunha á de Jesus.

A acusação de que Paulo corrompeu a mensagem original de Jesus foi respondida a muito tempo por J. Gresham Machen na sua obra clássica A origem da religião de Paulo e por F. F. Bruce em Paulo e Jesus.

Origem do Trindade: A doutrina cristã da Trindade não tem origem pagã. As religiões pagãs eram POLITEÍSTAS e PANTEÍSTAS , mas os trinitários são monoteístas. Os trinitários não são TRITEÍSTAS que acreditam em três deuses separados; eles são monoteístas que acreditam num deus manifesto em três pessoas distintas.

Embora o termo Trindade ou sua fórmula específica não apareçam na Bíblia, ele expressa fielmente todos os dados bíblicos. Uma compreensão precisa do desenvolvimento histórico e teológico dessa doutrina ilustra de forma ampla que foi exatamente por causa dos perigos do paganismo que o Concílio de Nicéia formulou a doutrina ortodoxa da Trindade. Pra um tratamento breve da história dessa doutrina, v. E. Calvin Beisner, (Deus em três pessoas).Dois clássicos nessa área são G.L. Prestige (Deus no pensamento patrístico) e J.N.D. Kelly, Doutrinas centrais da fá cristã.

Mitraísmo e cristianismo. Com base nisso é evidente que o cristianismo se originou do judaísmo e dos ensinamentos de Jesus. É igualmente evidente que ele não se originou do mitraísmo.As descrições de Chishti dessa religião são infundadas.Na verdade ele não dá referência para as semelhanças que alega. Ao contrário do cristianismo, o mitraísmo é baseado em mitos.Ronald Nash, autor de O cristianismo e o mundo Helenístico, escreve:

O que sabemos com certeza é que o mitraísmo, tal como seus competidores entre as religiões de mistérios, tinha um mito básico.Mitra supostamente nasceu quando emergiu de uma rocha; estava carregando uma faca e uma tocha e usando um chapéu frígio.Lutou primeiro contra o Sol e depois contra um touro primevo, considerado o primeiro ato da criação.Mitra matou o touro, que então se tornou a base da vida para a raça humana (Nash, p.144).

O cristianismo afirma a morte física e ressurreição corporal de Cristo.O mitraísmo, como outras religiões pagãs, não tem ressurreição corporal.O autor grego Ésquilo resume a visão grega: “Quando a terra tiver bebido o sangue de um homem, depois de morto, não há ressurreição”.Ele usa a mesma palavra grega para ressurreição , anastasis , que Paulo usa em 1 Coríntios 15 (Ésquilo, Eumenides, p.647). Nash observa:

Alegações da dependência cristã primitiva do mitraísmo foram rejeitadas por várias razões.O mitraísmo não tem conceito da morte e ressurreição de seu deus nem lugar para qualquer conceito de renascimento – pelo menos durante seus primeiros estágios(...) Durante os primeiros estágios da seita, a idéia de renascimento seria estranha à sua visão básica (...) Além diso, o mitraísmo era basicamente uma seita militar. Portanto é preciso ser cético com relação à sugestões de que tenha atraído civis como primeiros cristãos.

O mitraísmo floresceu depois do cristianismo, não antes, logo o cristianismo não poderia ter copiado o mitraísmo.a cronologia está totalmente errada, e por isso não há como o mitraísmo possa ter influenciado o desenvolvimento do cristianismo do século


Mitraísmo - encerrando o caso.

Conclusão Todas as alegações de dependência cristã para com as religiões gnósticas e de mistério foram rejeitadas por especialistas em estudos bíblicos e clássicos.O caráter histórico do cristianismo e a data antiga dos documentos do NT não oferecem tempo suficiente para desenvolvimentos mitológicos.E há uma falta absoluta de evidência antiga para apoiar tais idéias.o teólogo britânico Norman Anderson explica:

“A diferença básica entre o cristianismo e as religiões de mistério é a base histórica de um e o caráter mitológico das outras.as divindades das religiões de mistério eram apenas “figuras nebulosas de um passado imaginário”, enquanto o cristo que o kerigma apostólico proclamou que viveu e morreu poucos anos antes dos primeiros documentos do NT serem escritos.Mesmo quando o apóstolo Paulo escreveu sua primeira carta aos Coríntios, a maioria das cerca de quinhentas testemunhas da ressurreição ainda estava viva. (Anderson, p. 52-3).


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Fonte: Encliclopédia de Apologética
E também em: www.apologiadocristianismo.blogspot.com/

Arcebispo de Cantuária Escreve Sobre as Decisões da Igreja Episcopal (dos EUA)






O Serviço de Notícias da Comunhão Anglicana (ACNS) divulgou, em 28.07.2009, o documento denominado “Comunhão, Pacto e o Nosso Futuro Anglicano”, com 26 parágrafos, e o subtítulo: “Reflexões sobre a Convenção Geral da Igreja Episcopal, de 2009, pelo Arcebispo de Cantuária para os Bispos, Clérigos e Fiéis da Comunhão Anglicana”.



No texto, o Arcebispo de Cantuária faz referência às Resoluções dos episcopais norte-americanos de aprovar a Ordenação de clérigos homossexuais praticantes às três Ordens (Diáconos, Presbíteros e Bispos) e de autorizar a redação de ritos para a união de pessoas do mesmo sexo. Embora aquela Convenção Geral tenha reiterado o seu desejo de permanecer no interior da Comunhão Anglicana, e que as referidas resoluções eram apenas “descritivas” e não “normativas”, o fato é que já havia antes uma forte tensão entre a Província dos EUA e as demais Províncias, e que, mesmo com essas ressalvas, o fato é que essas tensões apenas se agravaram. Para Rowan Williams, os episcopais norte-americanos não podem ignorar, em uma perspectiva ecumênica, o conjunto da Cristandade, e, muito menos, o conjunto da Comunhão Anglicana, e que essa pertença não pode se dar com uma autonomia absoluta de cada Província, mas sob o princípio da mutualidade.



O Arcebispo de Cantuária diz que o que está em jogo não é uma questão de direitos civis, ou da dignidade da pessoa dos homossexuais, ou a sua inclusão na Igreja, mas a ruptura com a herança apostólica e o consenso dos fiéis em termos de não se aceitar alguma equivalência das uniões homoeróticas ao casamento, e, muito menos, a adoção desse estilo de vida para os lideres ordenados.



Rowan Williams reconhece a gravidade da situação, e as tendências à descentralização ou ao centralismo, e que ele espera que as Províncias subscrevam o Pacto Anglicano, mas, se algumas não o fizerem, o que poderia acontecer? Provavelmente uma profunda alteração na natureza dessa Comunhão, com um novo modelo, de “dois trilhos”, ou “duas expressões”: os que subscreverem e os que não subscreverem o Pacto, com níveis diferentes de relacionamento entre si, o que leva a inquietação sobre a possível conflitividade entre ambos os grupos.



Em suma: o Arcebispo de Cantuária reconhece que a Igreja Episcopal (dos EUA) é responsável pela atual crise, que há um ensino histórico adotado pela Comunhão Anglicana sobre a Sexualidade Humana, que a questão central não é de direitos civis, dignidade ou membresia, mas de ruptura com essa crença e com os que continuam a assim crer, que isso vai afetar o futuro do desenho institucional da Comunhão, e que, a partir da assinatura ou não do Pacto, vamos conviver (e como?) com duas expressões de Anglicanismo.



Fonte: Anglican Communion News Service

domingo, 10 de maio de 2009

O Protestantismo Brasileiro em Números: Percentagens Estimadas

Mantida a taxa de crescimento registrada na década 1991-2000 seríamos hoje 21,5% dos brasileiros, com a seguinte configuração regional:

  • Norte: 32,0%
  • Centro-Oeste: 31,0%
  • Sudeste: 29,7%
  • Sul: 19,8%
  • Nordeste: 19,2%

Teriam mais de 35% da população as seguintes unidades da Federação: Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal.

A menor taxa de crescimento, por Estado, é o Rio Grande do Sul, com 3,15%, e a maior, Roraima, com 13,41%.

O quadro do Nordeste, em percentagem da população, é o seguinte;

  • Pernambuco: 20,5% (*)
  • Maranhão: 16,6%
  • Alagoas: 16,2%
  • Bahia: 16,1%
  • Paraíba: 15,4%
  • Rio Grande do Norte: 14,6%
  • Ceará: 12,9%
  • Sergipe: 10,7%
  • Piauí: 9,4%

(*) Pelo Censo de 1970, 10% dos protestantes do Nordeste viviam na Região Metropolitana do Recife. Pelo Censo de 2000, o município do Grande Recife com maior percentagem de protestantes é Abreu e Lima.

Dos 5.564 municípios brasileiros ainda há muitos com menos de 5% de protestantes.

Fonte: Sepal – MAI – Ministério de Apoio e Informação (www.mai.org.br)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ponto de Equilíbrio


Sem. Elton Roney Carvalho (¬)



Toda existência está inserida em uma forma de acontecimento. Nem tudo acontece por um acaso. O propósito de algo sempre está ligado a uma causa maior do que conhecemos. Nossa vida, nossas metas, nossas realizações e as realizações que deixamos de lado, são consequências desse propósito maior. Cristo, o centro de toda estrutura, é o acaso explicável, o princípio e o fim, Aquele que expressa a pura certeza em meio às nossas dúvidas. Isso pelo simples fato de nossa aceitação.

Para que algo permaneça de pé, tem que ter uma estrutura, um ponto que o faça seguro, alicerçado e propício ao crescimento. Numa planta, temos sua raiz, parte fundamental que gera segurança, força e vida à mesma, é seu “ponto de equilíbrio”, é o que lhe garante existência e crescimento. Claro, depois da Natureza. O Sol, obra das mãos de Deus, concede à Terra vida, o aquecimento, a iluminação e, com sua energia, faz brotar a vida que necessita. E assim, sucede-se a vida; todos têm seu ponto de equilíbrio, sua segurança, sua rocha.

O ponto de equilíbrio, muitas vezes, ganha nome de Sentido da vida. Concordo. Qual tem sido o sentido da vida ou a própria vida desse mundo atual? Qual tem sido o ponto de equilíbrio de nossa geração? Cito alguns que regem o mundo e acredito que possam estar na característica de sentido da vida, do mundo; ponto de equilíbrio: “Imoralidade, Impureza e indecência, idolatria... vaidades, ambição egoísta, partidarismo... bebedeiras, orgias e coisas semelhantes”[1]. Tudo que gera o funcionamento dessa grande engrenagem humana é o sentimento de satisfação pessoal, o “aproveitamento” irresponsável de sua vida. A existência tornou-se uma corrida contra o tempo, uma corrida por sentir-se realizado em uma vida longe das respostas procuradas.

A falta de busca para compreender as verdades de Deus reveladas nas Escrituras tem criado uma geração que facilmente alicerça sua existência e sua fé em falsos pontos de equilíbrio; tem gerado fiéis desequilibrados. A nossa própria falta de abertura para o conhecimento de Deus, o nosso próprio pecado causa cegueira, nos fazendo não compreender o equilíbrio certo para o momento certo. Em cada atitude, Deus espera de mim equilíbrio com Sua revelação, com Sua Palavra, com Sua vontade.

Em meio aos “ventos de doutrinas” e às “tradições de homens”, existe a pura dificuldade de ouvirmos a Palavra de Deus e nos tornarmos pessoas equilibradas. O Apóstolo Paulo exorta ao Jovem Tito:

“Exorta os mais velhos para que sejam equilibrados, respeitáveis, sóbrios, sadios na fé, no amor e na constância; as mulheres mais velhas, de igual modo, sejam reverentes no viver, não caluniadoras... exorta de igual modo os jovens para que sejam equilibrados”[2].

Mas, para os mais práticos, surge de imediato a pergunta: Como fazer isso? Como me tornar equilibrado diante do Pai? Como posso ter uma vida mais bem estruturada e equilibrada? Como posso ter uma vida plenamente estruturada em minha fé?

1. Compreenda a revelação de Deus

São muitos os que afirmam a fé cristã. São tantos que acredito que, se o mesmo número fosse acrescido de uma fé alicerçada, o mundo seria diferente. Não julgo da autenticidade da nossa fé, mas, me sinto mal diante de irmãos(ãs) que observamos pouco sentimento de conhecer profundamente dos preceitos de Deus e Sua revelação, de estudar a Palavra de Deus e decidi-la viver integralmente. Por que temos tantas dificuldades de cumprir ações transformadoras de nossas próprias vidas? “E não vos amoldeis ao esquema desse mundo, mas, sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa perfeita e agradável vontade de Deus”[3].

Busque o alicerce fiel da Palavra de Deus, não deixe que sua vida se torne mais um fruto da superficialidade atual do mundo, crie relacionamentos firmes com seus irmãos, não permita que o barulho da confusão atual do mundo faça de você um cético, mas, aprenda a ter fé, que é, por sua vez, “a certeza do que não se vê”. Compreender a revelação de Deus é permitir-se conhecer mais de Deus, através, e principalmente, da paixão pela Sua Palavra. Dê o valor merecido à Bíblia!

2. Conheça e exercite seus dons (habilidades) espirituais

O privilégio de ser parte da família de Deus é grande, ainda mais quando podemos realizar com nossas próprias mãos parte da obra de nosso Pai. Deus nos concede a grande oportunidade de realizar algo em Seu nome, nos concede autoridade e capacidade para sermos embaixadores de Cristo. Somos parte de um “organismo” (nas palavras do Pastor Rick Warren) que trabalha e sempre deve trabalhar pela proclamação da Sua Palavra e pela atuação das Boas Novas no mundo.

Há uma diversidade de dons, como expressa o Apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12. Podemos exercer aquilo que Deus desejou, em plena conformidade com nossos desejos, com nossas habilidades pessoais, com nossos talentos. O dom que Deus nos concede não é uma contradição com o que gostamos de realizar em nossas vidas. Com nossa própria experiência de vida podemos fazer somar o organismo vivo que é a Igreja de Deus. O que Deus lhe ensinou a fazer melhor? Faça para Ele. Isso dará um sentido à sua vida, como nada jamais deu.

3. Reconheça suas prioridades

Estamos buscando passos que nos façam equilibrados diante de Deus. Aprendemos que devemos buscar compreender a revelação de Deus, objetivando chegar mais perto Dele. Percebemos que devemos reconhecer e depois exercitar os nossos dons, que são nossas habilidades pessoais desenvolvidas e lapidadas por Deus para o uso do crescimento de Sua Igreja, Sua missão aqui na terra. Devemos nos conhecer em termos de lugar certo e habilidades coerentes com nossas personalidades. Você já viu alguma orelha tentando ver alguma coisa? Acho que não! Todos têm sua natureza, e a faz funcionar bem. Qual é a nossa?

É daí que vai desencadear nossas prioridades. Em nossas habilidades descobriremos o que mais podermos fazer para nossa vida, nossas causas e nossas metas. Lembrando que isso não entra em choque com o Reino de Deus em nossas vidas, pois o próprio é a nossa vida. A espiritualidade do Reino de Deus em nossas vidas deve acontecer na medida de nossa atuação no mundo. Não existe divisão entre atuação no Reino de Deus e atuação no mundo secular. Existe sua posição diante dos dois.

Quando priorizo as minhas atividades que surgem de quem eu realmente sou, estou sendo equilibrado, estou honrando a Deus que me criou para fazer isso, para realizar tal propósito. Não devemos ser levado por todo desejo que vem a nós como sentimentos efêmeros; atendendo a toda vontade que não é centrada na Palavra de Deus.

Na construção de uma personalidade centrada na verdade que buscamos, devemos compreender que a ação do Espírito de Deus em nós é que nos guia para patamares maiores de entendimento daquilo que o Próprio Deus quer de nós. Vivemos em um tempo puramente consequência de séculos de ateísmo, onde não há explícito na mente das pessoas, a certeza de uma caminhada sólida rumo a algum lugar. O que as pessoas buscam são respostas imediatas à suas buscas históricas. Essa busca histórica experimenta uma série de soluções para uma única resposta que termina em Cristo. Se o Homem pensa que irá conseguir respostas nas perguntas erradas, está enganado. Na verdade, às vezes nem acho que o homem pergunta errado; acho que ele não quer enxergar a resposta evidente existente na Criação e na Revelação Histórica de Deus. Sendo assim, aceita as várias propostas de “pontos de equilíbrio” concedidas pelo “príncipe deste mundo”.

Qual é a razão para a busca pelo equilíbrio na centralidade cristã? É a razão do que somos e devemos ser: o Equilíbrio para um mundo desequilibrado. Sem delongas teológicas cristãs e discursos sem fim em sermões de mais de horas, decretos em nossas vidas a excelência de uma vida equilibrada diante de Deus e das pessoas, pratiquemos uma fé engajada na Igreja do nosso Senhor para que frutifique em equilíbrio na Sã doutrina, no Evangelho autêntico, na disciplina do amor e na consolidação da missão global.




[1] Gálatas 5:19-21.

[2] Tito 2:2-3,6.

[3] Romanos 12:2.


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Elton Roney Carvalho é membro da Diocese do Recife, aluno do Seminário Anglicano Teológico – SAT-PB; participa ativamente do Arcediagado Paraíba.