quinta-feira, 24 de abril de 2008


HISTÓRIA DOS CARMELITAS

L. SAGGI


(Dizionario degli Istituti di Perfezione, vol. II col. 460-521, Edizioni Paoline, Roma 1975. Alguns dados foram atualizados por Emanuel Boaga e Wilmar Santin. Tradução: Wilmar Santin)

I. ORIGENS E DESENVOLVIMENTO INICIAL

Os carmelitas surgiram dos cruzados estabelecidos no Monte Carmelo da Galiléia no século XII. Ali estão no início do século seguinte “ao exemplo e imitação do santo e solitário homem Profeta Elias, junto à fonte que de Elias leva o nome, em cubículos como colméias, onde como abelhas colhiam o mel divino da doçura espiritual” (Jacques de Vitry, Historia Orientalis, c. LII). Tanto na época como depois, os carmelitas nunca deram a alguém em particular o título de fundador, permanecendo fiéis ao modelo de Elias, ligado ao Monte Carmelo pelo episódio narrado em 1Rs 18, 20-45 (sacrifício e nuvenzinha) e pela tradição patrística greco-latina. Construíram uma capela e a dedicaram a Maria, Mãe de Jesus. Isto fez com que surgisse neles o sentimento de pertença a Nossa Senhora como Senhora do Lugar. Dela tomaram o nome e a ela deram os atributos dados ao fundador e padroeiro. Em seguida o elemento mariano foi enriquecido. A “forma de vida” – de acordo com o “propositum” manifestado pelos eremitas – foi dada num ano não sabido entre 1206 e 1214 pelo patriarca de Jerusalém Santo Alberto. Ele, porém, residia em São João de Acre. Antes de ir para a Terra Santa, tinha sido bispo de Vercelli. Parece que, por causa das conhecidas restrições do IV Concílio do Latrão, se julgou oportuno também pedir a confirmação pontifícia. Esta foi concedida pelo Papa Honório III em 30 de janeiro de 1226. Depois foi confirmada mais vezes até se tornar verdadeiramente uma própria regra. Os Papas conduziram a Ordem do Carmo em direção ao movimento dos Mendicantes, quando foi necessária a transferência para o Ocidente por causa de instável situação política na Palestina. O Papa Inocêncio IV, servindo-se de dois dominicanos, adaptou a regra (a pedido de um capítulo geral da Ordem) e a confirmou definitivamente no dia 1º de outubro de 1247.

A Ordem foi erradicada da Terra Santa com a caída do reino latino (1291). Os conventos existentes na Palestina: do Monte Carmelo, de São João de Acre e de Tiro desapareceram. No entanto permaneceram com o título de Província da Terra Santa os conventos da ilha de Chipre até 1571.

No final do século XIII a Ordem se tinha estendido pela Europa. Contava com cerca de 150 casas, agrupadas em 12 províncias. Sofreu dificuldades internas de adaptação. Nicolau Gálico, que foi prior geral depois da metade do século, tentou reconduzir os carmelitas à vida puramente eremítica. Neste sentido, é célebre a sua Ignea Sagitta de 1270-71. Mas também houve dificuldades externas devido ao ambiente contrário aos Mendicantes e à decisão do II Concílio de Lyon (1274) de tolerar os carmelitas até nova decisão. O Papa Honório IV os confirmou na prática, e pouco depois foram confirmados de direito pelos papas Bonifácio VIII (05/05/1298) e João XXII (13/03/1317 e 21/11/1326). Esta última data assinala a extensão aos Carmelitas da bula Super cathedam, já concedida aos franciscanos e dominicanos.

A história da Ordem se articula na obra de mais ou menos 130 capítulos gerais (o número não é de todo seguro devido às incompletas informações relativas ao século XIII) e de mais de 90 entre priores gerais e vigários gerais apostólicos. Nos século XIV e XV a Ordem seguiu nas grandes linhas as vicissitudes das outras Ordens Mendicantes: o florescimento dos estudos, o enfraquecimento do espírito religioso causado pelas calamidades em geral (peste negra (1347-1350), cisma do Ocidente, “claustralidade”). O esforço de restauração através dos santos e dos movimentos de “observância” mais ou menos vastos.

Em relação aos estudos, quando os carmelitas apareceram na Europa as várias escolas já estavam formadas. Foram bastante ecléticos e não tiveram até o século XIV prescrições precisas da cúpula da Ordem. Recordamos os nomes de Gerardo de Bolonha (1240-1317), que foi o primeiro mestre parisiense da Ordem e prior geral (1297-1317); Roberto Walsingham (+ após 1312): Guido Terreni (1270 - 21.8.1342), prior general (1318-21), depois bispo de Maiorca (1321-32) e Elne (1332-42); Siberto di Beka (1260/70-1322?), o primeiro grande liturgista da Ordem; João Baconthorp (1290?-1348) que interpretou Averróis; Osberto Anglico; Paulo de Perugia (+1344+); Miguel Aiguani (1320+-1400) exegeta, prior general (1380-6); Francisco de Bacon (+1372?); João Brammart (+1407), cofundador da universidade de Colônia; Francisco Martí; Tomás Netter ou Walden (+1431), conselheiro, pregador e confessor de Henrique IV, V, e VI da Inglaterra, por Martinho V foi chamado de «validus ensis Ecclesiae» por causa de seus escritos contra Wicliff (Doctrinale antiquitatum fidei Ecclesiae catholicae, 3 vol.).

II. A OBSERVÂNCIA

Os movimentos de reforma organizados tiveram início logo após a reconstrução da unidade da Ordem (Capítulo geral de 1411), que seguiu ao cisma. Foi a “Observância das Selvas”, surgida no convento homônimo junto a Florença em 1412-3, depois uniu-se às reformas dos conventos de Gironda na Suíça e de Mântua e se tornou a Congregação Mantuana, aprovada pelo Papa Eugênio IV em 03/09/1442. Esta prometia a restauração do fervor da vida em comum, renunciando também à mitigação da regra concedida por Eugênio IV em 1435 (a data oficial no entanto é 15/02/1432), mas manteve este ponto só por uns 20 anos. No período de maior expansão teve 53 conventos e mais de 700 religiosos e em torno de 15 mosteiros femininos. Entre os seus homens mais ilustres, recordamos: o beato Ângelo Agostinho Mazzinghi de Florença (+17.8.1438, beatificado em 1721); beato Bartolomeu Fanti de Mântua (+1495, beatificado em 1909); beato Battista Spagnoli, também de Mântua (1447-1516, beatificado em 1885), seis vezes vigário general da Congregação e três anos prior general de toda Ordem, insigne humanista (mais de 50.000 versos latinos e outras obras em prosa), chamado por Erasmo como o Virgílio cristão; beata Joana Scopelli (+9.7.1491, beatificada em 24.8.1771), fundadora do mosteiro de Reggio Emília; beata Arcângela Girlani (+25.1.1495, beatificada em 1º.10.1864), fundadora do mosteiro de Mântua; Alberto Leoni da Revere (1563ca-1642), reformador dos conventos de Castellina e das Selvas (ambos perto de Florença) e em Florença instituidor da «Obra dos catecúmenos» para a conversão de hebreus e outros, e precursor da obra benefício aos dementes; João Domingos Lucchesi (1652-1713), grande penitente. A Congregação Mantuana teve freqüentes controvérsias com o prior geral da Ordem por causa da visita canônica, especialmente nos dois primeiros séculos de existência. Fui reunida ao antigo tronco da Ordem pelo Papa Pio VI em 1783.

Outro movimento de observância foi na França a Congregação Albiense, iniciada em 1499 com elementos da Congregação Mantuana por obra do bispo de Albi, Luís d’Amboise. Foi aprovada pelo Papa Leão X em 15/09/1513 e suprimida pelo Papa Gregório XIII em 1º/05/1584, mas durou na prática até 1602. Teve poucos conventos e esteve quase sempre em luta com os superiores gerais da Ordem. Não se destacou pelo espírito interior devido às condições gerais da França na segunda metade daquele século.

Ente os conventos individualmente que abraçaram vida mais austera deve-se ressaltar o de Monte Oliveto, perto de Gênova, fundado por Hugo Marengo – que também pertenceu à Mantuana – com a licença do Papa Leão X em 02/08/1516. Mais tarde passou à imediata dependência do prior geral e depois à Província Lombarda.

Até este período floresceram almas santas também fora dos movimentos oficiais de reforma. Pode-se indicar: Santo Alberto de Sicília (+1307, culto reconhecido em 1457 e 1476), considerado o «pai da Ordem» porque é o primeiro de seus santos; Santo André Corsini (1315?-1374, beatificado em 1440, canonizado em 1629), bispo de Fiésole (1349-74); São Pedro Tomás (1305+-66), bispo sucessivamente de Patti e Lipari, de Coron na Moréia, de Creta, patriarca de Constantinopla, legado da Santa Sé em várias cortes da Europa e do Médio Oriente, negociador da reunião dos Gregos com Roma, principal fundador da faculdade teológica de Bolonha (1364), chefe espiritual da cruzada promovida por Pedro de Lusignano (1365); beato Franco de Sena (+1291?), grande penitente; beato Nuno Álvares Pereira (1360-1431, beatificado em 1918), Grande Condestável e herói nacional português, cujas façanhas foram cantadas nos «Lusíadas» de Luís de Camões, depois «donato» carmelita; beato Giacomino da Crevacuore (+3.3.1508, beatificado 3.3.1845), converso; beato Luís Rabatá (+1490, beatificado em 1841) prior do convento de reforma de Randazzo na Sicília, celebrado pelo perdão das ofensas; beata Francisca d’Amboise (1427-85, beatificada em 1863), duquesa da Bretanha, depois carmelita, fundadora do mosteiro de Bon Don (as primeiras carmelitas na França). Para o século XV vai recordado o prior general beato João Soreth (1394+-1471, beatificado em 1866), que, sob a base da regra mitigada pelo Papa Eugênio IV, organizou nas províncias um vasto movimento de reforma, que tomou dele o nome.

Também para os carmelitas a questão principal por longo tempo foi a da reforma. As tentativas do século XV produziram notáveis frutos, mas não sempre duradouros. No século seguinte se dedicaram a este problema os grandes priores gerais Nicolau Audet (1481+ - 1562), João Batista Rossi (1507-78) e João Batista Caffardo (+1592).

Audet, prior geral de 1523 a dezembro de 1562, percebeu que a responsável última pela situação da Ordem era a Cúria Roma, sobretudo por causa da praxe das dispensas que anulava na prática toda tentativa séria de reforma. Uniu-se como os superiores gerais das outras Ordens (foi amicíssimo de Seripando, dos agostinianos) para uma ação comum. Contribuiu para manter vivo o problema que em parte pôde ser resolvido ainda antes do término do Concílio de Trento. No interior da Ordem promoveu a restauração da perfeita vida comum, da clausura, da pobreza, da cura dos doentes, da observância litúrgica, da formação dos noviços e do progresso nos estudos, da prevenção e cura dos efeitos negativos da doutrina protestante.

III. A REFORMA TERESIANA

A obra de Audet foi retomada – em melhores condições devido à publicação da reforma tridentina – pelo sucessor João Batista Rossi (ou Rubeo) de Ravena (1562-78). Ele se encontrou diante às dificuldades de crescimento da Reforma de Santa Teresa, iniciada no ramo feminino com a fundação do mosteiro de São José em Ávila no ano 1562 e no ramo masculino com a abertura do primeiro convento em Duruelo no ano 1568.

A reforma promovida por Audet visava a restauração das antigas prescrições e se pode dizer que ainda mantinha sua inspiração medieval. Mas a insatisfação explodida com tanta violência na Igreja tinha fundamento também na transformação dos tempos, que também devia ser levada em conta. Por isto surgiram vária formas novas de vida religiosa ou reformas das antigas Ordens. Pretendia-se dar uma alma mais profunda às várias prescrições de caráter externo, algumas das quais foram até mesmo agravadas. Tratava-se de uma nova fórmula, pelo menos na interpretação, que para muitos parecia a única válida e para vivê-la mais intensamente foram tentadas também perigosas aventuras.

O Prior Geral Rossi captou o espírito formador deste novo curso e o exaltou, desejando que se tornasse o fermento para toda a Ordem. Em abril de 1567 ele se encontrou com Santa Teresa de Ávila e a exortou a fundar tantos mosteiros femininos “quantos os cabelos que tinha na cabeça”. Quanto aos religiosos, já antes que Santa Teresa projetasse a extensão da sua reforma ao ramo masculino (para que as monjas “descalças” pudessem ter ajuda espiritual dos seus confrades), o prior geral Rossi tinha favorecido várias tentativas de maior interiorização da vida, seja na Itália como na Espanha. Quanto aos conventos dos descalços, ele permitiu, em 10 de agosto de 1567, que se abrissem dois. Nestes os “contemplativos” deviam permanecer sempre sujeitos à obediência do provincial de Castilha. Sobre o número dos conventos ele próprio autorizou o seu aumento, mas em relação ao território manteve a exclusão (datada em 1567 quando tinha faculdade apostólica) da Andaluzia por motivos objetivamente graves. Surgiu um sério “conflito de jurisdição”, sobretudo por causa do visitador apostólico, o dominicano Francisco Vargas, que queria casa dos descalços na Andaluzia, e do núncio Nicolau Ormaneto. O conflito teve fases dramáticas, em particular depois que o capítulo geral de Piacenza de 1575, com autoridade apostólica, impôs o fechamento dos conventos andaluzes, e o núncio Ormaneto ajudou a quem se opôs a tal decisão. Um episódio da controvérsia, porém, materialmente ligado principalmente a fatos acontecidos no mosteiro da Encarnação em Ávila, foi o encarceramento de São João da Cruz no convento de Toledo, de onde conseguiu fugir nove meses mais tarde (dezembro de 1577 a agosto de 1578). O conflito terminou no momento em que os descalços obtiveram a província separada (breve Pia consideratione de 22 de junho de 1580, atuada no capítulo de Alcalá de 3 de março de 1581). O prior geral Rossi já tinha morrido e o seu substituto era João Batista Caffardo (1578-92), que manteve boas relações com os descalços. Ele, além disso, trabalhou na execução dos decretos tridentinos. No capítulo geral de Cremona de 1593 (quando foi eleito João Estêvão Chizzola), os descalços obtiveram a separação jurídica do velho tronco. Neste meio tempo tinham elaborado constituições próprias e tinha deixado o rito da Ordem pelo Romano, conseguindo um próprio procurador junto ao Papa (breve Quae a praedecessoribus, de 20 de setembro de 1586), e tinham se reunido em Congregação (breve Cum de statu de 10 de julho de 1587), compreendendo 5 províncias e governada pela rígida “Consulta” de 7 pessoas, das quais a principal teve Nicolau Doria como vigário.

IV. OS EFEITOS DA REFORMA PROTESTANTE

Fora da Itália e da Espanha, os efeitos foram graves. No final do século XVI, no capítulo de 1593, devia-se nomear 6 provinciais “titulares”, em vez dos efetivos para as províncias que tinham sido destruídas: Saxônia, Boêmia, Dácia (países bálticos), Inglaterra, Escócia e Irlanda. Nomeou-se também o provincial titular da Terra Santa, visto que a Província de Chipre (herdeira do título) tinha se perdido com a tomada da ilha por parte dos turcos em 1571. Graves foram também os danos nas províncias que conseguiram se manter em pé, ou seja, as duas das Alemanha (Inferior e Superior) e as sete da França, onde foram destruídos 20 convento e mortos vários religiosos.

No início da reforma protestante vemos os carmelitas Teodoro de Gouda na universidade de Colônia, Nicolau Edmundano e João van Paeschen na de Lovaina, empenhados na luta contra Erasmo e inovadores. Valiosos defensores da ortodoxia na Alemanha foram particularmente André Stoss (1477?-1540), provincial da Província Germaniae Superioris a partir de 1529, e Everardo Billick (1500+-57), de 1542 provincial da Província Germaniae Inferioris. Este último participou dos colóquios de Regensburgo e Ausburgo (1547s) e em julho de 1547 foi encarregado por Carlos V da pacificação religiosa. Na Dinamarca o último e grande defensor da Igreja Católica foi o carmelita frei Paulo Elias, eleito provincial em 1522 (+ 1534?), polemista e conselheiro dos bispos católicos. Na França se distinguiram os provinciais Mateus Lelande (da França), Alberto Jeannin (de Narbona) e Vital de Luperia (da Gasconha). Na Itália, Gian Maria Verrati, da Congregação Mantuana, defendeu a doutrina católica com numerosos escritos.

A contribuição dos carmelitas no Concílio de Trento nos seus três períodos foi no total em torno de 40 participantes, entre padres e teólogos. Os efeitos do protestantismo na Itália foram bastante modestos, também por mérito das disposições adotadas nos capítulos da Congregação Mantuana de 1527 e 534 e no capítulo geral da Ordem de 1548.

V. MISSÕES

As perdas causadas pelo protestantismo foram em parte compensadas pelo aumento das casas na Itália (até de modo exuberante, tanto que o Papa Clemente VIII, em 1592, autorizou o prior geral de suprimir os conventos que causavam preocupações) e no Novo Mundo, especialmente no Brasil (onde em 1606 havia 99 religiosos carmelitas em 6 conventos). A expansão na “Índias Ocidentais”, mais que um intento missionário (não excluído, antes positivamente previsto), foi querida como forma normal de apostolado e um modo de defender a devoção a Nossa Senhora.

Grandes foram as dificuldades encontradas na América espanhola. Parece que, no início, se tratava de iniciativas individuais. O primeiro carmelita, que se sabe, a trabalhar nas Américas foi Gregório de Santa Maria junto com Francisco de Montejo em Yucatán no ano 1527. Houve conventos no Panamá por volta de 1535, em Nova Granada (Colômbia) em torno de 1560 e em Santa Fé de Bogotá em 1569. No tempo do prior geral Rossi vagavam pelas Américas religiosos carmelitas por vários motivos. Ele tentou fazer com que se juntassem e vivessem em convento. O Pe. Antonio Vásquez de Espinosa (+1630) trabalhou nas missões e viajou pela América Latina “descobrindo novos países” e escrevendo depois no livro Compendio y descripción de las Indias Occidentales (editado muitas vezes, também em versão inglesa em 1942) notícias da geografia, botânica, antropologia, história civil e eclesiástica da América espanhola. A partir de 1588, a Coroa da Espanha pôs repetidamente obstáculos à presença carmelita e por fim ordenou que os carmelitas abandonassem as suas fundações e voltassem pra a pátria, alegando como motivo que tinham fundado conventos sem licença e que davam escândalos recolhendo esmolas, mesmo se o objetivo era de piedade. As autoridades locais, ao contrário, elogiavam a sua atuação.

Mais livre foi a ação no Brasil, onde os carmelitas foram oficialmente convidados a ir em 1579 pelo cardeal Infante Henrique. Os quatro carmelitas foram ao Brasil no ano seguinte. Com o tempo formaram 3 províncias religiosas.

Notáveis também foram os resultados obtidos nas Antilhas pela Reforma de Touraine nas missões começadas em 1646 e duraram até o tempo da Revolução Francesa.

Na Itália a reforma de Monte Santo ou Primeiro Instituto surgiu com um objetivo missionário, mas as suas tentativas de abrir missões na Palestina, em Chipre e na Pérsia faliram. Conseguiu só fazer trabalhar alguns religiosos na Dalmácia, na região de Sebenico, por um período de mais ou menos 20 anos.

VI. A MAIS ESTRITA OBSERVÂNCIA

As boas esperanças suscitadas pela reforma dos descalços não se tornaram de tudo desilusão para o resto da Ordem com a separação de 1593. De fato, por mérito da chamada “reforma clementina”, isto é de Clemente VIII, comum a outras famílias religiosas, e especialmente reforma Touronense surgida na França no embalo entre os dois séculos, a mais “estrita observância” fez sentir o potente sopro da renovada espiritualidade.

Em Ennes, na província de Touraine, Pedro Behourt e, no estudo de Paris, Luís Charpentier e Felipe Thibault deram início ao movimento chamado de Reforma Tourunense (o nome é posterior). No capítulo provincial de 1604, presidido pelo prior geral Henrique Silvio, foi decidido de estendê-la a toda a província, e que de fato em 1619 tinha um vigário próprio e foi aprovada no capítulo geral do ano seguinte. O organizador foi o Pe. Thibault (1572-1638): penitente do cartuxo dom Beaucousin, ele se liga aos inícios da Escola Francesa e à “invasão mística”. Esteve por longo tempo pelo menos duas vezes com os carmelitas descalços, e portanto, pôde inspirar-se também neles, especialmente à organização da observância religiosa. No mais, para a instrução dos noviços em Rennes se usava o Stimulus compunctionis do carmelita descalço João de Jesus Maria. Um outro descalço Domingos de Jesus foi o censor dos estatutos de Rennes. Ele introduziu a reforma na província Flandro-Belga (1624, obra continuada depois pelos padres Martino de Hooghe e Livino da Santíssima Trindade) e na da Aquitânia (reformada pelo Pe. João Thuaut), em 1636 aceitou também as constituições reformadas elaboradas no mesmo ano sob a direção do Pe. Leão de São João. Tais constituições, em 1645, foram pedidas também pelas províncias da França e de Tolosa; a da Provença naquele ano também foi reformada com exceção de dois conventos; a de Narbona, em 1644, teve os seus estatutos compostos pelo cardeal Ginetti. O mestre espiritual da reforma foi o irmão converso cego João de São Sansão, cujo nome era João Moulin (1571-1636).

A reforma fez progressos também fora da França. Foi a Província Santo Alberto da Sicília a dar início à “mais estrita observância” com os padres Desidério Placa e Alfio Licandro. Em 1619 teve início em Catânia a reforma chamada de Primeiro Instituto ou de Monte Santo, inspirada na reforma dos descalços, aprovada em 1621 pelo prior geral Sebastião Fantoni (1612-23). Como já foi dito, para melhor viver a vida espiritual, esta quis pôr o acento sobre o espírito missionário, mas não obteve bons resultados, em parte devido a obstáculos surgidos fora dela.

Em Nápoles no ano 1623, por obra de alguns religiosos do Convento Carmine Maggiore, surgiu a reforma de Santa Maria da Vida. Foi reconhecida como província autônoma em 1660, abrangia 8 conventos. Entre seus filhos mais ilustres recorda-se: Daniel Scoppa, primeiro provincial; André Matelloni, grande pregador mariano; Eliseu Vassallo e os conversos Paulino Zabata, Pedro da Cruz (morto por contágio servindo aos apestados) e Estevão Pelosio, grande penitente.

A reforma de Piemonte ou de Turim foi instituída em 1633 em Turim por Ludovico Bolla (+ 1635), que foi feito comissário pelo prior geral Teodoro Straccio (1631-42) e teve como sucessor Domingos de Santa Maria (1605-65). Os estatutos da reforma foram aprovados pelo vigário geral Alberto Massari em 1642 e pelo capítulo geral de 1645, e em 1671 foi erigida em província. A reforma, porém, não estava de toda estabelecida, tanto que o cardeal protetor Paluzzo Altieri dos Albertoni, em 1685, chamou da Aquitânia o Pe. Valentim de São João (1631-91). Entre seus homens ilustres se recorda: Jerônimo Aymo (1621-1705), provincial, o os dois priores gerais Jerônimo Aro (1660-66) e Paulo de Santo Inácio (1686-92). Sucederam-se vários contrastes e uma reforma na reforma, concluída em 1729.

No século XVIII aconteceu na Itália uma outra reforma, a de Santa Maria Escada do Paraíso, iniciada em Siracusa em 1724 por obra do Pe. Salvador Statella (1679-1728) e do venerável frei Jerônimo Terzo (1683-1758, processo apostólico 1793). Junto com outros 7 conventos, em 27 de julho de 1641 a Reforma foi erigida como província.
A reforma foi adotada também em outros lugares. Limitando-se às formas de vida organizada, recorda-se: em Portugal foi iniciada no convento de Santa Ana de Colares; no capítulo geral de 1686 se estabeleceu que se devia fazer estatutos especiais e que os reformados da província fossem chamados de “recoletos”. Pouco depois a reforma foi introduzida em Goiana (Pernambuco – Brasil) e se tornou província autônoma em 1744.

Na Alemanha trabalharam especialmente os padres Gabriel da Anunciação e José da Circuncisão. Em 1660 as duas províncias alemãs estavam reformadas. Também a Polônia teve uma província reformada.

Este movimento de “mais estrita observância”, na prática, foi suscitado pela Reforma Touronense, mas nem esta nem as outras se constituíram numa congregação autônoma. Tratava-se sobretudo de um espírito que se aceitava livremente e vivido dentro da Ordem. Tanto que, paralelamente à “mais estrita observância”, havia aquela comum, regulada também pelas constituições próprias, aprovadas no capítulo geral de 1625. O capítulo de 1645 se preocupou de tornar acessível todas as reformas as constituições da Touronense. Portanto foi elaborada uma nova redação (com introdução de algumas modificações desejadas pelo Papa Inocêncio X: os “artigos inocencianos”), impressa em 1650. Esta devia ser a base de todas, mas as reformas individuais podiam acrescentar estatutos particulares (denominados também como “leis municipais”), como já havia feito a província de Gasconha em 1639. Os 28 “artigos filipinos” (assim conhecidos porque foram dados pelo prior geral João Antonio Filippini, 1648-54) ditaram normas para a introdução da Touronense nas outras províncias.

Destas constituições resulta que a “mais estrita observância” pretendia renovar o espírito contemplativo da Ordem através da meditação diária, um maior retiro e solidão nas celas, o silêncio e a mortificação. De outro lado foram revogados os privilégios dos graduados e restaurada a perfeição da vida comum. Foi revogada também a “filiação” dos religiosos aos conventos individuais. Com isto os religiosos ficaram mais livres no âmbito da província.

Os dois corpos de constituições (para os reformados e para aos outros) permaneceram distintos até 1904, quando foram refeitas as constituições turonenses para toda a Ordem. Com a promulgação do CIC em 1917 as constituições foram readequadas ao código e aprovadas em 1930. A atualização pós-conciliar produziu as constituições de 1971. O novo CIC, publicado em 1983, provocou uma nova versão aprovada no capítulo geral de 1995.

VII. SÉCULOS XVII e XVIII

Se é lícito argüir a partir do elevado número de casas e religiosos, os séculos XVII e XVIII foram de intensas atividades para os carmelitas. Trabalhou-se especialmente pela expansão da devoção mariana através de escritos e dedicação às Ordens Terceiras e Confrarias do Escapulário do Carmo. Cada convento ou mosteiro carmelita tornou-se um centro de vida mariana. No início do século XVII havia 30 províncias e vicariados, com 693 conventos e mais de 12.000 religiosos. Os mosteiros femininos, sob a jurisdição da Ordem, eram 33 com mais ou menos 1.500 monjas (estes dados não incluem os descalços, visto que já tinham se separado no final do século anterior). A maioria dos conventos se encontrava na Itália, onde as outras ordens religiosas também eram numerosas. Portanto nem sempre era possível que a vida se desenvolvesse com garantia de segurança econômica indispensável para observância regular. Por isto em 1633 o prior geral Teodoro Straccio recebeu a faculdade de fechar os pequenos conventos e depois a Sagrada Congregação dos Religiosos, seguindo as decisões da Instaurandae regularis disciplinae de Inocêncio X, declarou supressos 217 conventos carmelitas na Itália, mas mais tarde 20 destes puderam continuar existindo sob a autoridade dos bispos como delegados da Santa Sé. Além destes, alguns foram fechados ou foram reabertos logo em seguida. Deste modo, dos 503 conventos que existiam em 1650, o número baixa para 322 em 1685. No século seguinte há um pequeno crescimento, ou seja, aumenta para 353 em 1765. Também na França, onde havia 7 províncias e um convento generalício com um total de 122 casas e 1691 carmelitas, em 1669 o prior geral Mateus Orlando (1666-74), a pedido de Clemente IX, fechou 19.

A atividade científica e literária nestes dois séculos registra notáveis nomes.

Nas Ciências Sacras (outros autores serão indicados quando a propósito da espiritualidade e doutrina mariana): os teólogos João Antonio Bovio (1566?-1622), bispo de Molfetta; Antonio Marinari Junior (1605-89); Pedro Tomás Cacciari (+ 1768); o biblista e canonista João da Sylveira (1592-1687) e João Batista de Lezana (1586-1659).

Na literatura: Gaudenzio Roberti (1655-95), fundador do «Giornale dei letterati» de Parma; Elias D’Amato (1668-1748), chamado «Tirinarco» na academia dos Incultos de Montalto da Calábria; Teobaldo Ceva (1697-1746); Agostinho Arcangelo (1661-1746), tradutor de 127 volumes do francês (com o pseudônimo de Selvaggio Canturani); Mariano Ruele (1699-?) na Arcádia «Gilasco Eutelidense»; José Maria Pagnini (1737-1814), na academia «Eritisco Pileneio», tradutor das línguas clássicas.

Na bibliografia: os franceses Ludovico Jacob (1608-70) e Cosme de Villiers (1683-?), cuja «Bibliotheca carmelitana» editada em 1752 continua sendo um indispensável repertório; os italianos Pellegrino Antonio Orlandi (1660-1727, autoridade também no campo da pintura) e João Batista Archetti (1700-65); o português Manuel de Sá (1674-1735); o belga Norberto de S. Juliana (1710-57).

Nas ciências naturais e matemáticas recordamos os astrônomos Pacífico Giuntini (1522-90); Paulo Antônio Foscarini (verdadeiro nome Scaridini, 1565ca-1616), ficou célebre por causa da sua «Lettera» publicada em Nápoles em 1615 defendendo as idéias de Galileu sobre a mobilidade da terra; o matemáticos Elias Del Re (+ 1733) e Elias Astorini (1651-1702) que entendia também de medicina, de filosofia e foi profundo controversista teológico.

Na música ou sua teoria: Alexandre Tadei (1585ca-1667); Lourenço Penna (1631-93); Jerônimo Filago Casati (1598-1677); Mateus Flecha (1530-1604); Manoel Cardoso (1570-1650) e Manoel Correa (+1657).

Cultores da história da Ordem: o já recordado João Batista de Lezana; Daniel da Virgem Maria (1615-78), autor do «Speculum carmelitanum»; Ludovico Pérez de Castro (1635-89); João Batista Guarguanti (1604-82); Carlos Vaghi (1644-1729); Mariano Ventimiglia (1703-90); Eliseu Monsignani (+ 1737) e José Alberto Ximenez (1719-80), editores — estes dois últimos — do «Bullarium carmelitanum»; Serafim Potenza (1697-1763); José Pereira de S. Ana (1696-1759).

A Ordem teve também — de 1600 à revolução francesa — cerca de 80 bispo e alguns servos de Deus cujos processos encontram-se na Congregação para as Causas dos Santos: Ângelo Paoli (1642-1720), o «Pai dos pobres» em Roma; Jerônimo Terzo (1683-1758), fundador do convento de Noto; João Domingos Lucchesi (1652-1714); Rosa Maria Serio de S. Antonio (1674-1726); Serafina de Deus (1621-99), que foi coordenadora de um grupo de mosteiros conhecidos também como «Congregação do SS. Salvador»; a terciária Ângela Maria Virgili (1662-1734).

VIII. SUPRESSÕES

Em 1788, às vésperas da Revolução Francesa, a Ordem tinha 42 províncias e 3 vicariados (17 na Itália, 8 na França, 4 na Espanha, 5 na Europa central, 4 no Brasil, 3 na Alemanha, 2 na Valônia e Bélgica, 1 em Portugal e 1 na Irlanda), cerca de 780 conventos e 15.000 religiosos. A tempestade das supressões já estava no ar há tempo. Em 1768 o edito da República Vêneta continha pontos sobre a vida religiosa e no ano seguinte aconteceu o fechamento de conventos religiosos, entre os quais 12 carmelitas. Em 1717, na Baviera foi proibida a criação de novos conventos e no início de 1800 foram supressos todos. Em 1778 o príncipe eleitor de Mogúncia (Mainz) tirou do prior geral todos os poderes de jurisdição em seu território. Foi imitado pelo bispo de Worms e pelo imperador José II na Áustria e Bélgica. Também tomaram a mesma medida Leopoldo, irmão do imperador, na Toscana, e Ferdinando IV na Sicília em 1788. O rei da Sardenha Vitório Amadeu II pediu a união dos conventos em suas posses no continente (Piemonte). Esta situação, que não tinha nada a ver com problemas financeiros urgentes, determinou o pedido por parte da Ordem para que fossem supressas e unidas ao seu tronco as reformas de Piemonte, Monte Santo e Congregação Mantuana. Isto foi concedido pelo Papa Pio VI com a bula Exigit em 21 de março de 1783 (uma declaração sucessiva, datada 30 de setembro de 1785, esclarecia que a bula incluía também as províncias sicilianas de Monte Santo e da Escada do Paraíso).

Na França as 8 províncias com seus 130 conventos foram supressos em 1790 e os religiosos foram dispersos (vários sofrearam deportação ou foram mortos: o mais conhecido destes é o Pe. Martinho Pannittier, decapitado em Bordeaux em 21 de julho de 1794. Em 1925 foi iniciada a sua causa de beatificação). O convento de Paris foi usado como cárcere e lugar de execução de 113 sacerdotes de várias proveniências na “matança setembrina” de 1792.

Na Bélgica a supressão aconteceu em 1796, e em 1812 na Holanda, onde permaneceu reconhecido só o convento de Boxmeer, que, porém, até 1841 não podia receber noviços. A secularização na Alemanha aconteceu entre 1801 e 1803. Também ali só se permitiu a existência de um só convento, aquele de Straubing, mas com a proibição de receber noviços.

A idéias francesas, transportadas pelos soldados do exército de Napoleão, tiveram a sua influência também na Itália até se chegar à supressão em 1810. O prior geral Timóteo Maria Ascensi já tinha sido deportado para a França um ano antes.

Na Espanha, em 1772, o prior geral José Alberto Ximenez havia supresso 6 conventinhos para dar maior respiro aos outros. A pedido do rei Carlos IV, o Papa Pio VII, em 15 de maio de 1804, concedeu aos carmelitas espanhóis – mais numerosos do que em outros lugares, se dizia, e necessitados de renovada disciplina – um superior geral próprio com paridade de direitos como o outro para o resto da Ordem. Para se salvar a unidade se diria alternativamente a um prior geral e ao outro vigário. A supressão na península Ibérica aconteceu em 1832 em Portugal e em 1835 na Espanha, onde foram fechados 78 conventos.

Na Europa centro-oriental a província da Boemia foi danificada no tempo de José II; os 34 conventos da Volínia, Lituânia e Rússia Branca foram em grande parte supressos após a insurreição de 1832 e em 1863, permanecendo só 7 conventos da Galícia austríaca (estes também foram supressos mais tarde).

No Brasil, o imperador dom Pedro II, em 1855, proibiu a aceitação de noviços. Em 1890, das antigas e florescentes províncias só restavam 8 sacerdotes.

Conhecidíssimas são as supressões na Itália nos anos 1855-73. Dos 124 conventos carmelitas e cerca de 1.050 religiosos do ano 1850, em 1908 – portanto quando a restauração já tinha sido iniciada – havia 32 conventos com 212 religiosos; dos 82 conventos da Sicília só permaneceram 6, com os quais, em 1903, se pensou em erigir um comissariado.

IX. RESTAURAÇÃO E ESTATÍSTICA ATUAL

Apesar das leis de supressão foi possível salvar aqui e ali algum convento, que foi a semente de restauração. Na Holanda se instituiu em 1879 uma província que abrangia também o convento alemão de Straubing. Em 1896 foi criado o Vicariado da Baviera. Na Espanha se recriou uma província em 1889, que em 1906 foi dividida em duas. Carmelitas bávaros, em 1864, lançaram nos Estados Unidos da América para uma província reconhecida como tal em 1889. Em 1896 na ilha de Malta foi erigida uma província. Na França não se conseguiu entrar: uma tentativa feita em Montpellier em 1878 foi anulada dois anos mais tarde por leis contrárias.

Muito ativa foi a província da Irlanda. Em 1881 alguns carmelitas irlandeses foram para a Austrália, outros, em 1889, partiram para Nova Yorque. Em 1926 re-introduziram a Ordem na Inglaterra (hoje Província Britânica), e em 1946 abriram missões na Rodésia (Zimbabwe).

Muito notável também foi a obra da província da Holanda. Em 1904 assumiu a restauração do Carmelo Brasileiro na Província do Rio de Janeiro; em 1923 abriu missões em Java (hoje província de Indonésia). Em 1924 retomou as fundações na região da Renânia alemã (erigida província em 1969) e em 1958 implantou a Ordem nas Filipinas (hoje Comissariado Geral).

Mais lenta foi a restauração na Itália, se considerarmos o seu antigo esplendor. Em 1909 a S. Congregação dos Religiosos consignou os conventos remanescentes das províncias da Sardenha e da Romanha para as províncias Romana e Toscana. Em 1987 deu-se início a um caminha em direção a criação de uma federação entre as províncias Romana, Toscana, Siciliana e o Comissariado de Vittorio Veneto, que em 1989 chegou a uma unificação formando uma nova entidade de uma única província chamada Italiana.

Na Espanha a restauração, iniciada em 1875, se propagou de Palma de Maiorca às várias regiões, sendo em 1889 erigida a província de Espanha, da qual posteriormente deu origem às atuais 4 províncias: Arago-Valentina, Bética, Catalunha e Castilha. Em 1894 deram início à restauração do Carmelo Brasileiro. Um duro golpe foi a guerra civil que ensangüentou a Espanha entre os anos 1936-39, ceifando a vida de 57 carmelitas. Porém, nos anos sucessivos se recompôs e se abriram missões na América Latina. Em 1930 começou a restauração em Portugal. A Ordem se refez também na Polônia, que contou com a ajuda espanhola.

Após a Segunda Guerra Mundial, que causou graves danos e destruição nos países da Europa, nos anos da reconstrução se nota na Ordem um novo impulso não só de ministério e de ciência, mas também a abertura de atividades missionárias propriamente ditas, especialmente na África, Ásia e América Latina. Em 1990 houve o retorno à França.

Em primeiro plano, oportunamente atualizadas segundo as diretrizes do Concílio Vaticano II, estão as atividades paroquiais e no campo da justiça e paz, unidas às formas tradicionais com o ensinamento, a pregação, os retiros espirituais, o culto mariano, a assistência espiritual às associações ligadas ao Carmelo, e outras formas em resposta às exigências das várias Igrejas locais e das terras de missões.

A Ordem tinha, em 31 de dezembro de 2005, 19 províncias, 3 comissariados gerais e 3 delegações gerais, distintas por sua vez em diversos grupos operativos chamados “Regio”. Os 1960 religiosos carmelitas estão presentes em 38 países dos cinco continentes. Os conventos e casas são 392.

O ramo feminino é representado por 872 monjas de clausura em 75 mosteiros e por 3.286 irmãs de 15 institutos de vida ativa com 417 comunidades.

Sobre os terciários e leigos que vivem sob a sombra do Carmelo se pode calcular um número aproximado de 3 milhões.

Como destaques individuais pode-se citar: o holandês frei Tito Brandsma, o “jornalista mártir” morto no campo de concentração de Dachau em 1942, e beatificado por João Paulo II em 1985; o polonês frei Hilário Januszewki (1907-1945), beatificado em 1999; o alemão frei João Brenninger (1890-1946), autor do célebre “Diretório espiritual” e morto em conceito de santidade; o catalão frei Bartolomeu Xiberta (1897-1967), eminente teólogo e experto no Concílio Vaticano II.

A Ordem mantém missões na Indonésia e na África e desenvolve atividades apostólicas em vários países da América Latina e nas Filipinas.

São 11 os bispos carmelitas na atualidade.

Promotor de estudos específicos da Ordem é o Institutum Carmelitanum (fundado em 30 de outubro de1951) em Roma, está sob a imediata jurisdição do prior geral. Seu órgão divulgativo é Carmelus (desde 1954). O órgão oficial da Ordem é a revista Analecta Ordinis Carmelitarum (fundada em 1909).

Casa generalícia e procura geral: via Giovanni Lanza, 138 - 00184 Roma.

Fonti e collezioni generali:

- G.B. de Cathaneis, Speculum Ordinis Fratrum Carmelitarum, Venezia 1507;
- I.B. de Lezana, Annales sacri et elioni Ordinis b.mae V. Marine de Monte Carmeli, IV, Roma 1656;
- Daniel a Virgine Maria, Vinea Carmeli seu historia eliani Ordinis, Anversa 1672;
- Id., Speculum carmelitanum, 2 vol. in 4 t., ivi 1680;
- Bullarium carmelitanum, ed. E. Monsignani-I.A. Ximenez, 4 vol., Roma 1715-68;
- C. Vaghi, Commentaria fratrum et sororum Ordinis b.mae Mariae V. de Monte Carmelo Congregationis Mantuanae, Parma 1725;
- C. de Villiers, Bibliotheca carmelitana, 2 vol., Orléans 1752 (ried. anastatica, Roma 1927);
- M. Ventimiglia, Historia chronologica priorum generalium latinorum Ordinis B.V. Mariae de M. Carmelo, Napoli 1773 (ried. Anastatica, Roma 1929);
- Id., Il sacro Carmelo italiano, ivi 1779;
- B. Zimmerman, Monumenta historica carmelitana, Lirinae 1907;
- Acta capitulorum generalium Ordinis Fratrum B.V. Mariae de M. Carmelo, ed. G. Wessels, 2 vol., Roma 1912-34;
- B. Xiberta, De scriptoribus scholasticis saec. XIV ex Ordine Carmelitarum, Lovanio 1931 (Bibliothèque de la Revue d’histoire ecclésiaslique 6);
- Norbertus a S. Iuliana, Batavia desolata carmelitana, sive notitia conventuum Fratrum Ordinis B. Mariae V. de M. Carmelo in foederato Belgio olim sitorum, in AnalOC 8 (1932-6)371-584;
- Antoine-Marie de la Présentation, Le Carmel en France, 7 vol., Toulouse 1936-9;
- Ambrosius a S. Theresia, Monasticon carmelitanum, seu lexicon geographicum-historicum omnium fundationum universi Ordinis Carmelitarum, in AnalOCD 22 e 23 (1950 e 1951), a puntate;
- L. Saggi, La Congragazione Mantovana dei Carmelitani sino alla morte del b. Battista Spagnoli (1516), Roma 1964 (Textus et studia historica carmelitana 1);
- A. Staring, Der Karmelitengeneral Nikolaus Andet und die katholische Reform des XVI. Jahrhunderts, Roma 1959 (Textus et studia historica carmelitana 3);
- P.W. Janssen, Les origenes de la réforme des C. en France au XVIIe siècle, L’Aja 1963. 19692. (Archives internacionales d’histoire des idées 4);
- O. Steggink, La reforma del Carmelo Español, la visita canónica del general Rubeo y su encuentro con Santa Teresa (1566-67), Roma 1965 (Textus et studia historica carmelitana 7);
- L. van Wijmen, La Congrégation d’Albi (1499-1602) , Roma 1971 (Textus et studia historica carmelitana 11);
- C. Cicconetti, La regola del Carmelo; origine, natura, significato, Roma 1973 (Textus et studia historica carmelitana 12).

Vários estudos ou indicações estão nas revistas:


- AnalOC;
- Carmelus (nel cui II fasc. di ogni anno, abbondante bibl.);
- EphC (dos Carmelitas Descalços, mas muitas vezes há estudos que se referem aos dois ramos do Carmelo);
- Archivum bibliographicum carmelitanum, Roma 1956 (também esta é dos Descalços, mas com indicações válidas para todo o Carmelo);
- Carmel (Holanda) 1948-68, depois substituida por Speling;
- The Sword, Downers Grove, III. USA, 1937-.
- StatOrdCongr, p. 8-9, nº 30;
- AnnPont 1974, p. 1154.
- L. Saggi, s. v. Carmelitani Storia, in DIP, II, 460-476.

Além da bibliografia acima indicada cf.:


- J. Smet, O.Carm., The Carmelites, A History of the Brothers of Our lady of Mout Carmel, 4 vol. in 5 tomos, Darien Ill., Carmelite Spiritual Center, 1975-1985 (traduzido em várias línguas: espanhol, holandês, polaco, alemão, italiano. Por enquanto não há uma tradução portuguesa);
- E. Boaga, O.Carm., Como pedras vivas ... para ler a história e a vida do Carmelo (Original em português, mas a edição está esgotada. Há traduções em espanhol e italiano).





As origens do monaquismo cristão


A questão das origens do monaquismo cristão é uma das que voltam periodicamente. Sem dúvida porque se trata de uma questão à qual não se pode oferecer uma resposta totalmente satisfatória, e novas descobertas em muitas disciplinas correlatas a colocam sem cessar de um modo diferente.

Pelo final do século XIX, no momento em que se desenvolvia o estudo comparado das religiões, pesquisadores alemães liderados por H. Weingarten, pensaram que a origem do monaquismo cristão podia se explicar por uma evolução a partir da velha religião egípcia. O monge cristão continuaria a tradição dos reclusos (katochoi) do templo de Serápis. Foi relativamente fácil aos historiadores católicos demonstrar o caráter nitidamente cristão do monaquismo egípcio primitivo e de fazer ver que nenhuma dependência podia ser demonstrada em relação aos cultos pagãos. Enquanto por longo tempo os estudos neste tema se concentravam sobre a história das práticas ascéticas, o estudo de Peter Nagel sobre as motivações destas práticas em 1966, marcou uma reviravolta.

Estas discussões ocasionaram um renovado interesse pelas fontes literárias do monaquismo primitivo. Monges e monjas reaprenderam a buscar seu alimento espiritual naquilo que se começou a denominar de "Fontes monásticas", isto é, as obras do monaquismo antigo, em particular os "Apoftegmas", as Vidas de Antão e de Pacômio, sem esquecer seguramente Cassiano, que havia servido de traço de união entre o Oriente e o Ocidente.

Na onda de renovação dos estudos bíblicos e patrísticos do após-guerra, muitas boas edições críticas sobre o monaquismo antigo foram publicadas, obras estas pouco conhecidas ou de que não se dispunha ainda de edições antigas de acordo com os ditames da ciência contemporânea. Estas edições suscitaram por sua vez a aplicação da crítica textual, histórica e literária a estes escritos que só tinham até este momento servido como alimento para a "leitura espiritual". A questão das origens do monaquismo voltou, pois, a ser colocada de outro modo.

Com efeito, o mito do Egito como "berço do monaquismo", de onde teria em seguida se expandido para os outros países do Oriente inicialmente, e depois para o Ocidente, não podia mais ser mantido. Tornava-se evidente que o monaquismo havia nascido um pouco em toda parte ao mesmo tempo, sob formas muito variadas, e da vitalidade própria de cada Igreja local, no Oriente como no Ocidente. O esquema clássico de Antão e alguns outros eremitas fugindo para o deserto, antes que Pacômio inventasse o cenobitismo para remediar os inconvenientes do eremitismo, não correspondia à nenhuma realidade tal como revelada pelos documentos publicados. Descobria-se que desde suas primeiras manifestações, o monaquismo havia aparecido simultaneamente em todas as suas formas mais diversas: cenobitismo e eremitismo, monaquismo do deserto e monaquismo das cidades, etc.

Um outro mito que não resistiu mais à crítica histórica (mesmo se continua a resistir) é aquele segundo o qual o monaquismo teria nascido após o Edito de Constantino, ou em todo caso, depois da era das perseguições. Por um lado, cristãos ferventes que desejavam o martírio que não estava mais ao seu alcance desejavam fazê-lo através da ascese, e por outro lado, teriam se retirado ao deserto em reação contra uma Igreja cujo fervor diminuía. Uma tal visão das coisas não tinha nenhum fundamento nem na realidade, nem nos documentos históricos que tendiam mais a mostrar a expansão do monaquismo como o fruto do fervor da Igreja que resultava do testemunho corajoso dos mártires.

Os estudos de Anton Vööbus, e sobretudo sua obra monumental sobre o ascetismo cristão na Pérsia, Mesopotâmia e Síria, mostravam, pelo ano 1960, à comunidade científica todo um mundo "monástico" até ali desconhecido salvo de alguns especialistas. Mas poder-se-ia falar de monaquismo a propósito dos Filhos e Filhas do pacto conhecidos por Efrém e Afraat em Nisibe e em Edessa e das numerosas formas de ascese muito radicais que tinham conhecido as Igrejas judeu-cristãs muito antes de Antão e Pacômio? Como fosse difícil ir contra a convenção bem estabelecida pelos historiadores que remontavam o "monaquismo propriamente dito" ao final do século terceiro, começou-se a falar de um "pré-monaquismo".

Dom J. Gribomont, num artigo extremamente importante, que era de fato uma recensão da obra de Vööbus, mostrou bem a estreita ligação entre este pré-monaquismo e o monaquismo. Ora, o que se tornava cada vez mais claro era que não havia descontinuidade entre os dois e que ninguém podia distingui-los nitidamente entre si.

Pela mesma época, ou mesmo um pouco antes, Daniélou e outros interessaram-se pelo judeu-cristianismo Parecia claro que foi nas Igrejas judeu-cristãs que se manifestou em todo seu rigor a corrente ascética ao longo dos três primeiros séculos cristãos. Sob este ponto de vista, não é por acaso que a tradição monástica tenha se desenvolvido de modo particular no Egito.

Em Alexandria, à época de Cristo, achava-se a diáspora judaica mais numerosa. Esta comunidade judaica era particularmente aberta a todas as tendências filosóficas e teológicas. Dois eminentes representantes deste judaísmo alexandrino, Filon e Plotino, tiveram uma influência marcante sobre toda a tradição mística cristã e, através de Orígenes e de Evágrio, sobre o monaquismo cristão, Uma comunidade cristã se formou em Alexandria imediatamente após o Pentecostes. Foi neste contexto muito rico que se desenvolveu a Escola de Alexandria com Panteno e Clemente, antes que Orígenes aí vivesse com seus discípulos um tipo de existência que só as convenções dos historiadores nos impedem de qualificar de "monástica". A obra recente de Samuel Rubenson mostrou que Antão e seus companheiros, longe de serem iletrados como se pensou por muito tempo, foram alimentados com o ensinamento filosófico e teológico da Igreja e Alexandria e de seus grandes doutores.

Os Essênios e os Terapeutas conhecidos pelo historiador Flávio Josefo e por Filon haviam vivido no Egito dois séculos antes de Antão e de Pacômio. Não é, pois, de se surpreender que depois da publicação dos documentos de Qumrân e, sobretudo da Regra da Comunidade, descrevendo um gênero de vida monástica muito semelhante nas suas expressões exteriores ao dos monges cristãos, a questão das origens do monaquismo foi de novo colocada. Não seria o monaquismo cristão a continuação do monaquismo essênio? Ou ainda, os primeiros monges cristãos não teriam sido monges essênios convertidos ao Cristianismo? A estas questões timidamente colocadas, respondeu-se que as motivações espirituais do monaquismo cristão eram radicalmente diferentes daquelas dos Essênios - o que era bastante claro - e que havia, de toda maneira, um hiato de alguns séculos entre o desaparecimento dos Essênios e o que se convencionou considerar como "os primórdios" do monaquismo cristão, pelo fim do século III no Egito. A resposta era verdadeira, mas nem tudo estava dito.

Nos mesmos anos em que foram descobertos os manuscritos do Mar Morto, foi também achada uma biblioteca copta em Nag Hammadi, no Alto Egito, sobre o lugar de um dos primeiros mosteiros pacomianos. Por diversas razões, particularmente políticas, a publicação destes documentos só começou vários anos mais tarde. A questão das relações entre estes manuscritos e o mosteiro de Pacômio permanece obscura, mas o fato é que os milhares de estudos que esta biblioteca copta, da qual a maioria das obras é gnóstica sob diversos títulos, nos trouxeram uma quantidade inestimável de novos conhecimentos sobre o contexto religioso do Egito durante os séculos que precederam o de Antão e de Pacômio e os primeiros monges dos Desertos da Nítria, Sceta e des Kellia.

Paralelamente, os estudos maniqueus faziam pela mesma época progressos enormes. Depois da descoberta de importantes manuscritos no Xinjiang na China, no início do século e depois no Fayoum em 1930, aquele do Codex Mani de Colônia em 1970 trouxe novas luzes sobre esta grande corrente religiosa, também muito viva no Egito na mesma época e que havia conhecido sua própria forma de vida comunitária que muitos não hesitam em qualificar como monástica. E, sobretudo, descobriu-se que Mani provinha de uma seita judeu-cristã.

Todos estes dados novos tinham levado os historiadores do monaquismo cristão a reconsiderar as teorias tradicionais sobre suas origens tomando em consideração este novo conhecimento do contexto religioso e cultural no qual havia se desenvolvido. Mas isto pouco impacto teve, exceto alguns breves, mas excelentes estudos de Antoine Guillaumont reunidos num pequeno volume intitulado Aux origines du monachisme chrétien. Infelizmente os historiadores do monaquismo e os especialistas das correntes religiosas acima citadas continuaram - e ainda continuam - em seu conjunto seus estudos em paralelo.

Ora, a questão das origens do monaquismo foi alvo de um novo viez. E isto ocorreu quando um especialista na Antiguidade tardia (Late Antiquity), o Professor Peter Brown, numa série de estudos, a começar pelo bem conhecido "The Rise and Function of the Holy Man in Late Antiquity" e, sobretudo naquele mais recente "The Body and Society. Men, Women and Sexual Renunciation in Early Christianity", nos habituou a considerar os fenômenos da ascese cristã num contexto muito mais amplo. O propósito de Peter Brown era muito mais extenso do que a questão das origens do monaquismo mas seu modo de situar os principais "atores" do monaquismo antigo, cada um no seu meio próprio, se mostrou muito rico e, quer se queira ou não, mudou nosso modo de ver a história monástica.

Vários autores recentes retomaram esta abordagem de Brown, aplicando-a mais precisamente à história do monaquismo, mas talvez com um esquema mais preciso. Em Virgins of God, Susanna Elm concentrou-se no ascetismo feminino, muitas vezes negligenciado nos estudos históricos do passado - e reuniu uma soma importante de dados novos que eram pouco conhecidos ou estavam esparsos em obras pouco acessíveis. O estudo de David Brakke sobre as relações entre a ascese egípcia e as políticas anti-arianas de Atanásio é também uma mina de ensinamentos reunidos com um grande rigor científico. O problema com estas obras, que estão entre as melhores entre muito as outras publicadas nos últimos anos é este: trata-se de estudos feitos com um enorme rigor - coisa que não é sempre comum, infelizmente, nos estudos sobre o monaquismo escritos por monges - mas que ignoram, mesmo explicitamente e deliberadamente por vezes (em virtude de um a priori pós-modernista) a dimensão propriamente espiritual da vida dos monges que eles estudam.

Na esteira dos estudos de Peter Brown e de todas as descobertas mencionadas mais acima, um novo interesse se manifestou depois de vinte anos pelo ascetismo na antiguidade. Tornou-se claro que o monaquismo cristão fez parte de um fenômeno muito mais geral que é o da ascese cristã, e esta não pode ser estudada sem se remeter ao contexto mais geral da ascese humana em geral e de suas inúmeras manifestações na sociedade durante os primeiros séculos da era cristã.

Um grupo de professores e de pesquisadores foi constituído nos Estados Unidos no início dos anos 1980, no seio da American Academy of Religion para estudar o fenômeno do ascetismo sob todos os aspectos. Foi organizada uma conferência internacional em New York em 1993 com o tema: "A dimensão ascética na vida religiosa e a cultura". Uma importante coleção de comunicações feitas a esta conferência foi publicada em 1995 com o título "Asceticism". Se alguns destes estudos mostravam uma compreensão do monaquismo cristão, outros analisavam o fenômeno ascético sem nenhuma referência às motivações que podiam ter aqueles e aquelas que o viveram no passado e o vivem no presente. Muitos estudos parecem reinterpretar a ascese- cristã ou não - à luz das teorias de Michel Foucault.

Columba Stewart - monge beneditino que rompeu com os métodos das disciplinas acadêmicas, e que acaba de publicar o que permanecerá sem dúvida por muito tempo a obra "definitiva" sobre Cassiano, sublinhava recentemente a urgência de uma abordagem multidisciplinar para suprir esta necessidade. Se, por um lado, estudos com um grande rigor metodológico pecam por ignorar a dimensão propriamente espiritual do monaquismo, muitos escritos sobre a espiritualidade monástica, por outro lado, mostram falta do rigor científico que se deve esperar para os nossos dias.

Não se trata talvez de aqui considerar, nem mesmo de esboçar um estudo tal que exigisse, inicialmente, a colaboração de vários especialistas de diversas áreas. Com risco de pecar um pouco por presunção, gostaria de delinear, sem me detalhar, a visão das origens do monaquismo cristão primitivo que me parecem já surgir dos estudos recentes.

Raimundo Panikkar falava do monaquismo como "arquétipo humano", assim sublinhando o fato de que existe uma dimensão monástica em todo ser humano e que aqueles que chamamos "monges" são os que organizam toda sua vida em torno desta dimensão profundamente humana. É isto que explica que a presença do monaquismo seja achada em quase todas as grandes tradições religiosas da humanidade cada vez que elas atingem um nível suficiente de espiritualização. De uma tradição a outra, de um século a outro, as manifestações exteriores deste ascetismo não são muito diferentes - a imaginação humana tem apesar de tudo seus limites. O que é radicalmente diferente de uma tradição espiritual a outra, é o objetivo buscado por esta ascese e a significação última que lhe é conferida.

Havia, à época de Cristo, em toda a região que agora conhecemos como Oriente Médio, e particularmente no judaísmo tardio, uma corrente ascética e mística. João Batista, com seu batismo, se situa nitidamente nesta corrente pelo seu estilo de vida e por sua pregação, independentemente de sua pertença ou não à seita dos essênios. Jesus se fez batizar por João e assim assumiu este movimento - um gesto do qual não se saberia sublinhar suficientemente a importância capital. E, é claro, assumindo-o, lhe deu um sentido radicalmente novo.

O próprio Jesus viveu com seus discípulos uma forma de vida comunitária que tinha muito mais em comum com esta tradição do que com as tradições dos rabinos de seu tempo, ou mesmo, com os profetas do Antigo Testamento. Eis porque a expressão "vita apostolica" na literatura monástica primitiva significará primeiramente toda esta vida dos Apóstolos com Jesus. Este último apresentava exigências extremamente radicais àqueles que desejavam segui-lo. Ou, quando, depois da morte de Jesus, certos cristãos desejaram adotar como modo permanente de vida os apelos radicais de Jesus ao celibato, à renúncia total, à pobreza, etc., tinham não só o exemplo de Jesus, mas achavam também nas formas contemporâneas de ascese, e também no arquétipo monástico no fundo de sua psique das estruturas humanas de expressão.

Um ascetismo cristão extremamente radical se desenvolveu muito depressa, em particular nas Igrejas judeu-cristãs, mais sensíveis ao radicalismo do Evangelho de Lucas e também ao papel transformador do batismo no Espírito do que as Igrejas sob a influência de Paulo. Foi a comunidade cristã toda que, em certos momentos, teve nestas Igrejas uma existência "monástica". Foi pouco a pouco que se desenhou no seio da comunidade eclesial a consciência de que nem todos eram chamados a seguir o Cristo pelo mesmo caminho e que se precisou uma via monástica distinta daquela do resto dos fiéis.

Quando se lêem os escritos dos monges cristãos do século IV, é muito claro que eles foram para o deserto ou se agrupavam nas fraternidades urbanas basilianas para seguir o Cristo e para se deixar transformar à imagem do Cristo sob a ação do Espírito Santo. Mas não se pode ignorar que segundo a própria lei da Encarnação, estavam condicionados na realização de seu "projeto" pelo contexto religioso e sócio-cultural no qual eles evoluíam.

As comunidades de Terapeutas e de Essênios no Egito de que faz menção Fílon, tinham muito em comum com as comunidades cristãs para que o historiador Sócrates, escrevendo alguns séculos mais tarde, se engane e as considere como grupamentos cristãos. Houve certamente contatos e influências mútuas entre estes grupos e as comunidades cristãs. O erro seria buscar entre uns e outros uma dependência ou continuidade histórica. Para ficarmos ainda no Egito, não se pode negar que o gnosticismo, este movimento que, ao lado de expressões aberrantes, exprimia e veiculava uma grande sede de experiência espiritual, estava muito espalhado no Egito pouco antes do grande desenvolvimento do monaquismo cristão ao final do século III. É evidente que o monaquismo cristão não deve sua origem ao gnosticismo!

Na verdade, a imagem que se desenha é a de um grande movimento espiritual que se desenvolveu no curso dos primeiros séculos de nossa era, ao mesmo tempo no cristianismo e fora dele. Este movimento comporta aspectos sublimes e também, aberrações. Há influências recíprocas entre as diversas correntes que o constituem, influências estas que correm em todas as direções.

Os grupamentos de origem não cristã sofreram talvez uma forte influência do cristianismo, e certos movimentos cristãos, por outro lado, sofreram influências estrangeiras a ponto de tornar-se heresias. O discernimento se faz pouco a pouco na Igreja através da vida e da experiência assim como pelo "sensus fidei" do povo cristão, até que a nova situação criada na Igreja constantiniana permita a realização de Sínodos onde os bispos terão a autoridade necessária para fazer a clara demarcação entre ortodoxia e heterodoxia.

Quando finalmente se desenha uma forma de vida cristã mais estruturada e reconhecida, utilizando os modos exteriores de expressões comuns aos ascetas de todos os tempos e de todas as tradições, mas exprimindo uma busca espiritual enraizada no Evangelho e vivida sob a direção do Espírito, começa-se a falar de "monaquismo". É o produto de uma longa evolução, e se está em presença do que chamaríamos hoje uma inculturação.

O monaquismo cristão é, assim, a primeira, e talvez a mais bem sucedida forma de inculturação. Isto quer dizer que é o encontro da mensagem evangélica sobre a vida perfeita com uma tradição ascética várias vezes secular que exprime as aspirações mais profundas da alma humana criada à imagem de Deus. Neste encontro esta tradição humana - enraizada num arquétipo humano - é enriquecida, e aí acha sua significação última; além disto, a mensagem cristã também é enriquecida de uma forma particular de expressão. Este encontro e este enriquecimento mútuo constituem a própria natureza da inculturação.

Ao longo de toda a história do monaquismo que se desenrolará depois, os momentos de grandes desenvolvimentos, de renovação ou de reforma foram aqueles onde, por ocasião de uma transformação cultural mais profunda, monges e monjas foram particularmente sensíveis às aspirações espirituais dos homens e mulheres de seu tempo e souberam dar, através de sua vida e na linha de sua tradição, respostas que foram valiosas não só para eles, mas também para seus contemporâneos.

A questão das origens do monaquismo cristão jamais nos deixará, pois o monaquismo só continua a existir porque é constantemente re-engendrado.



sábado, 12 de abril de 2008

"Tu tens nome de que vives, mas estais morto."




Isso eu descobri em um site anti-protestante na internet. Se quiserem podem acessar o site e conferir in loco.




http://ofimdosevangelicos.blogspot.com/ . Com certeza temos que despertar.

O FIM DOS EVANGÉLICOS

O presente artigo, visa desmascarar a lenda de que “crescem” as seitas protestantes, evangélicas, crentes, ou seja lá como gostam de serem chamadas.

PRESIDENTE DA SOCIEDADE TEOLÓGICA EVANGÉLICA RETORNA À IGREJA CATÓLICA

WASHINGTON DC, 08 Mai. 07 (ACI).
- Francis Beckwith renunciou esta semana a seu cargo de Presidente da Sociedade Teológica Evangélica (ETS). O motivo: retornou à Igreja a Católica onde cresceu e que abandonou para abraçar o protestantismo. Beckwith relata que começou sua volta à fé em que cresceu, quando decidiu ler alguns bispos e teólogos dos primeiros séculos da Igreja. "Em janeiro, por sugestão de um amigo querido, comecei a ler os Padres da Igreja assim como alguns trabalhos mais sofisticados sobre a justificação em autores católicos. Comecei a convencer-me que a Igreja primitiva é mais católica que protestante e que a visão católica da justificação, corretamente compreendida, é bíblica e historicamente defensável". Por isso, em 28 de abril passado recebi o sacramento da Confissão".
http://www.acidigital.com/noticia.php?id=9899

IGREJA CATÓLICA PARA DE PERDER FIÉIS NO BRASIL

Para a desgraça geral dos evangélicos, mais recentemente, pouco antes da vinda do Papa Bento XVI, em 2007, a Fundação Getúlio Vargas divulgou em pesquisa, que: A Igreja Católica parou de perder fiéis no Brasil. Na década de 1990, o número diminuía cerca de 1% a cada ano. A partir de 2000, não houve mais queda. http://g1.globo.com/Noticias/Economia/0,,MUL30239-5599,00.html

As pesquisas do IBGE acontecem a cada 10 anos, veja que contrariando a falsa notícia de que o número de católicos é cada vez menor, provamos que o número de católicos, é, e sempre foi, cada vez maior que na pesquisa da década anterior, confira:
Segundo o IBGE, em 1940 no Brasil havia 39,2 Milhões de católicos; em 1950, 48,6 Milhões; em 1960, 65,3 Milhões; em 1970, 85,5 Milhões; em 1980, 105,9 Milhões; em 1991, 121,8 Milhões; em 2000, 187 Milhões.
Este é todo compêndio de pesquisas feita desde 1940 pelo IBGE. (Fonte: IBGE).

NOS USA, CAI VERTIGINOSAMENTE O NÚMERO DE EVANGÉLICOS E CRESCE O DE CATÓLICOS


http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020425/pri_Rel_250402_275.htm


O PAPA JOÂO PAULO FEZ CRESCER O NÚMERO DE CATÓLICOS NO BRASIL E NO MUNDO:

Veja a evolução do número de católicos no Brasil e no mundo, conforme dados da ONU e IBGE: quando João Paulo II iniciou seu pontificado, a Igreja Católica tinha 757 MILHÕES de católicos, ao fim de seu pontificado tem 1 Bilhão e 98 MILHÕES DE CATÓLICOS. Nos Estados Unidos o número de Católicos saltou para 74 MILHÕES (esse número é quase três vezes maior que o número de evangélicos no Brasil). No Brasil, quando o Papa João Paulo II assumiu, em 1978, tinha 85,5 MILHÕES, agora tem 125 MILHÕES de católicos. O Papa ampliou a presença da Igreja de 110 para 180 países. (Fontes: IBGE, ONU).

OUTRA NOTÍCIA ESPETACULAR ACABA DE SER DIVULGADA:

NÚMERO DE CATÓLICOS NO MUNDO CRESCE 1,5%

Ter, 13 Fev, 2007 10h19

http://www.estado.com.br/editorias/2007/02/13/ger-1.93.7.20070213.8.1.xml

ESCÂNDALOS DE PADRES DESVIADOS NÃO AFASTAM FIÉIS NOS ESTADOS UNIDOS, A IGREJA CATÓLICA CRESCE E O PROTESTANTISMO DEFINHA:

Noticiou o jornal O Correio:
http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020425/pri_Rel_250402_275.htm

DIZ SITE EVANGÉLICO: "HÁ ALGO ERRADO COM O POVO CHAMADO EVANGÉLICO"
http://www1.uol.com.br/bibliaworld/igreja/mensag/droch010.htm

OUTRO SITE EVANGÉLICO QUESTIONA: “O QUE ACONTECEU COM OS EVANGÉLICOS?”


http://tempora-mores.blogspot.com/2006/03/o-que-aconteceu-com-os-evanglicos.html

PASTOR DETONA OS PENTECOSTAIS:
http://amaivos.uol.com.br/templates/amaivos/amaivos07/noticia/noticia.asp?cod_noticia=8092&cod_canal=51

CATÓLICOS PARTEM PARA SER MAIORIA NA INGLATERRA

LONDRES, 2007-02-16 (ACI).- Os católicos no Reino Unido aumentam cada dia mais, devido à intensa imigração dos últimos anos, sobre tudo dos países do leste europeu como a Polônia, e poderiam chegar a superar o número de anglicanos no país. Assim o assinala um relatório do instituto Von Hugel, de Cambridge, que foi publicado ontem no jornal The Times, segundo o qual as paróquias católicas vêem crescer fortemente o número de fiéis. Enquanto em alguns lugares, a Igreja Católica respondeu positivamente a esse fenômeno, em outros se viu "afligida" pela magnitude do desafio que representa a maciça afluência de novos fiéis, explica o relatório.
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESCOLA&id=esc0095#11


GRUPO DE ANGLICANOS SOLICITA INGRESSAR “EM MASSA” À IGREJA CATÓLICA
http://www.acidigital.com/noticia.php?id=11760

LUTERANOS FINLANDESES QUEREM VOLTAR AO CATOLICISMO

Fonte: Jaime Francisco de Moura - CN em 26 Maio de 2005./Zenit/ http://brasasc.weblogger.terra.com.br/200505_brasasc_arquivo.htm

CONVERTE-SE AO CATOLICISMO O MAIOR ESPALHADOR DE CALÚNIAS CONTRA A IGREJA:

- Dr. Scott Hahn ex-pastor presbiteriano, hoje é professor na Franciscan University of Steubenville – Ohio. Tornou-se um dos maiores pregadores católicos dos EUA. Ele foi um ferrenho aliciador de jovens católicos para o protestantismo, tendo distribuído inúmeras cópias do livro Roman Catholicism, de Loraine Boettner, conhecido como a bíblia do anti-catolicismo, com mais de 450 páginas contendo todo o tipo de distorções e mentiras sobre a Igreja Católica. O cd do seu testemunho de conversão atingiu o maior número de cópias distribuídas em todos os tempos. O seu testemunho pode ser acessado pelo site www.chnetwork.org/scotthconv.htm

OUTRA NOTÍCIA MARAVILHOSA:


IGREJA PENTECOSTAL MARANATA, DECIDE SE TORNAR CATÓLICA

Acesse: http://br.geocities.com/jf_m2001/31.htm , e veja os testemunhos fantásticos do pastor, de sua família e dos ex-protestantes dessa igreja, que viraram católicos depois de descobrir qual a verdadeira igreja de Cristo.

Em meio a estas notícias espetaculares para os católicos, os sites evangélicos confessam:
IGREJAS EVANGÉLICAS “PEDEM SOCORRO”, COM TANTO “PASTOR” PORNOGRÁFICO.
http://salmo127.spaces.live.com/blog/cns!DA18AB0ED4BE5EA0!513.entry

“64% DOS PASTORES E EVANGÉLICOS E EVANGÉLICOS SÃO PORNOGRÁFICOS, E 25% SÃO ADULTEROS:

. Diz o Artigo de Julio Severo, no site evangélico:

http://www.jesussite.com.br/acervo.asp?id=853 Não é a toa que eles, nos Estados Unidos, já batem o record nas multas por pedofilia e números de anos na cadeia.

PASTOR PAGA MULTA RECORD POR PEDOFILIA
http://www.radiovaticana.org/portuguese/brasarchi/2004/RV17_2004/04_17_34.htm

NA EUROPA E USA JÁ ESTÃO VENDENDO AS IGREJAS EVANGÉLICAS:

Já aflorou até uma liquidação de venda de igrejas protestantes. Na página http://www.property.org.uk/unique/ch.html é possível ver várias. Algumas já foram convertidas em residências particulares ou hotéis.

Na Suécia, Dinamarca, Grã-Bretanha, Alemanha e Holanda, dezenas de templos protestantes, foram convertidos em bancos, supermercados, museus e repúblicas estudantis em razão da perda de fiéis e dos escassos meios econômicos.

Enquanto isso, o Islã espera converter-se na segunda religião na próxima década, logo atrás do Catolicismo. As confissões alemãs precisam de dinheiro para manter sua burocracia; no entanto, este dinheiro torna-se escasso em razão da diminuição de fiéis e paralisação econômica, fatores que repercutem no chamado imposto religioso, isto é, uma quantidade que o Estado retira dos cidadãos e repassa para a igreja a que pertence cada contribuinte. Por isso, os pastores têm optado pela venda dos templos. Na Alemanha, berço do protestantismo, 50% dos alemães já não crêem em Deus. (Fontes consultadas: La Razón - 21.01.2004), (Instituto Emnid), (Popular/Quentinhas do site Terra 31/01/2006).

Ao longo de dois milênios de vida da Santa Igreja Católica, muita seita passou, iludiu e ruiu. Só a Santa Igreja Católica é eterna, pois o seu fundador, Jesus Cristo disse que “As portas do inferno não prevalecem contra ela”.


Autor: Fernando Nascimento.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Você acredita em Deus?


Em recente pesquisa, realizada por importante revista semanal de circulação nacional, chegou-se a impresionante conclusão de que 97% dos brasileiros acreditam em Deus. É, de fato, um número surpreendente, haja visto a crescente falta de sentido moral e espiritual em que grande (se não a maioria) parte da população nacional se vê envolvida. Esses números parecem contradizer aquilo que qualquer cidadão comum sente no dia a dia. Esse resultado não parece nem de longe corresponder a realidade. E você, acredita em Deus? Dê sua opnião, poste um comentário.

Por Guilherme Parizio

terça-feira, 8 de abril de 2008

Tele-evangelismo: ajuda ou atrapalha?

Nos dias atuais, onde a frequência ao templo parece cada vez mais restrita ao domingo à noite, surgiu uma figura que amiúde se faz presente na vida das pessoas: o tele-evangelista. Se bem que esses tipos não são novidade em nosso meio, pois cada geração de crentes teve o seu tele-evangelista da hora (quem não lembra de Nilson Fanine, Caio Fábio, Valnice Milhomens, etc.). O modelo na verdade começou (para não fugir à regra) nos Estados Unidos, onde homens como Oral Roberts e Pat Robertson faziam sucesso na telinha da terra do Tio Sam. Correndo por fora vinha Jimmy Swergart que era um legitimo Assembleiano ao estilo americano, mas que não ficou atrás no quesito "escandalo sexual". Nisso ele foi, se não "our-concour", com certeza, primeiro lugar absoluto.
Mas o que temos em pauta aqui é o legitimo tele-evangelismo tupiniquim, com seu neo-pentecostalismo almagamado com com o "modo brasileiro de vida". Representantes como R.R.Soares, Silas Malafaia, Balarin, toda a turma da Univer$al, o pessoal da Igreja "Mundial do Poder de Deus" (qualquer semelhança com a igreja do Edir não é mera coincidência, é discidência), sem falar nos locais. Mas tá todo mundo na mídia. Alguém já disse que quem não está na mídia não existe (mas acho que ouvi essa frase de um publicitário...). Até nossos pastores mais conservadores já fizeram uma incursãozinha na mídia. Pastor Welington é nosso representante mais destacado, só presisa melhorar um pouco o carisma (Se Malafaia não fosse da oposição podia dar umas aulas). Mas chega de divagação e vamos ao que interessa: Esses pastores da mídia ajudam a igreja e o reino ou atrapalham? Se ajudam, quais as contribuições mais destacadas? E se atrapalham, onde eles mais tem dado bola fora? Essa exposição trás mesmo beneficios para a igreja? Não quero e nem pretendo esgotar o assunto aqui nessa postagem, por isso opinem.

Mais de 200 pessoas são retiradas de seita Mormon.


FORT WORTH, EUA, 7 Abr 2008 (AFP) - As autoridades já evacuaram 219 mulheres e crianças de um rancho do Texas, pertencente a uma seita mórmon que pratica a poligamia, informou a imprensa americana neste domingo à noite.

De acordo com o jornal "The Salt Lake Tribune", as autoridades haviam revistado apenas metade do local, após a denúncia de que um homem de 50 anos teria se casado, em 2007, com uma jovem hoje com 16 e que já seria mãe de um bebê de oito meses.

A menina, não identificada, teria telefonado para a polícia da fazenda de propriedade da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (FLDS, sigla em inglês, corrente fundamentalista mórmon), que fica em Eldorado.

A lei do estado do Texas proíbe que as meninas menores de 16 anos se casem, mesmo que contem com a aprovação dos pais.

Nessa operação, que já dura três dias, unidades especiais da polícia entraram no templo da igreja, sem incidentes, ontem à noite, depois que os líderes do lugar negaram por várias horas o acesso às autoridades.

Hoje, as autoridades continuavam procurando a jovem, o bebê e o suposto pai, enquanto assistentes sociais interrogavam outros habitantes da região.

O "Salt Lake Tribune" informou que os serviços sociais evacuaram 60 mulheres e 159 crianças para interrogá-las em uma atmosfera menos intimidadora.

A organização FLDS, dirigida por Warren Jeffs, é uma ramificação da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com sede em Salt Lake City, da qual se separou depois que esta renunciou à prática da poligamia em 1890.

Warren Jeffs foi detido em 2006 por ser cúmplice de estupro e está pagando pena de prisão perpétua, embora continue dirigindo a seita de dentro da penitenciária.

Fonte: G1

Ciência e religião

mulheres rezando
As mulheres sofreriam mais ao se afastarem da igreja
Mulheres que abandonam suas atividades religiosas têm três vezes mais chances de sofrer de ansiedade, depressão e alcoolismo, segundo um estudo conduzido por pesquisadores americanos.

Os especialistas, da Universidade de Temple, na Filadélfia, analisaram 718 adultos e concluíram que entre as mulheres que haviam deixado de freqüentar a igreja, 21% apresentaram sintomas de ansiedade, depressão e problemas relacionados ao excesso de bebidas alcoólicas.

O mesmo, no entanto, não foi observado entre os homens. O trabalho, publicado na revista especializada Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, apontou que os homens que deixaram de praticar sua fé tinham menos chances de sofrer de depressão do que os que compareciam à igreja regularmente.

Para a coordenadora do estudo, Joanna Maselko, as mulheres sofrem mais ao se afastarem da religião porque também têm mais chances de perder amigos e se afastar da “rede social da igreja”.

“As mulheres são normalmente mais integradas às redes sociais de suas comunidades religiosas. Quando deixam de ir à igreja, perdem o acesso a esta rede e todos seus benefícios potenciais”, observa Maselko.

Já os homens, afirma Maselko, “não parecem ser tão integrados à comunidade religiosa, portanto não sofrem com as possíveis conseqüências se abandonam a igreja”.

Para a coordenadora do trabalho, é possível "ter um melhor entendimento da relação entre saúde e espiritualidade quando conhece a história religiosa de uma pessoa”.

Fonte:BBC Brasil.com

ML IMÓVEIS


Vendem-se várias casas no Jordão



Uma casa com terraço, dois quartos, sala, cozinha, banheiro, toda na cerâmica.

Terreno: 13x17.

Preço: R$ 27.000,00


Uma casa com terraço, dois quartos, sala, cozinha, banheiro, quintal.

Terreno: 7x30

Preço: R$ 20.000,00


Uma casa com terraço, sala, dois quartos, cozinha, banheiro.

Terreno: 14x32

Preço: R$ 27.000,00


Uma casa com sala, dois quartos, cozinha, banheiro.

Terreno: não informado

Preço: R$ 13.000,00


Uma casa com terraço, sala, dois quartos, cozinha.

Terreno: 10x20

Preço: R$ 25.000,00


Uma casa nova, murada, com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, duas caixas d'água, na cerâmica.

Terreno: não informado

Preço: R$ 22.000,00
Contatos: Marcos Silva
Tel: (81)8767-0574

Unção das galinhas - o que ainda falta para inventar?

Você já deve ter ouvido “testemunhos” para lá de estranhos, como um que, há algum tempo, virou motivo de zombaria na Internet, pelo qual certo pregador afirma que galinhas, em um galinheiro, teriam sido “batizadas com o Espírito Santo”. Uma delas, inclusive, teria falado em línguas angelicais, sendo interpretada por um galo! Confira - Escute o testemunho - clique aquiEu não publico este artigo para zombar de quem afirma isso, pois o meu objetivo não é expor pessoas, e sim orientar o povo de Deus. Mas é óbvio que esse “testemunho” é antibíblico e blasfemo.Muitos têm argumentado: “Deus não usou a boca de uma jumenta? Por que não pode usar galinhas? Não podemos pôr Deus dentro de uma caixinha”. Oh, sim, porém, nas circunstâncias que envolviam o mercenário Balaão, não havia ninguém, de fato, para ser usado por Deus. Foi uma exceção à regra. Não vemos depois daquele episódio Deus usando outros animais para transmitir mensagens com voz humana. Ah, e não nos esqueçamos de que o Diabo também usou a boca de uma serpente, no primeiro caso em que um animal falou (Gn 3.1).Deixando um pouco de lado o assunto do galinheiro, muitos irmãos me perguntam se Deus usou mesmo a boca de uma jumenta. É claro que sim, mas não como se ela fosse um profeta de Deus, que diz “Assim diz o Senhor”. Sabemos que jumentas não falam; não raciocinam como homens, pois não foram dotadas da mesma capacidade humana para falar. Como teria aquela jumenta raciocinado e repreendido o profeta, que a espancava?Foi Deus mesmo quem abriu a boca da jumenta. E foi somente depois de Balaão ter reconhecido o seu erro, ao ouvir as palavras do animal, que Deus abriu os seus olhos! “Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? (...) Porventura, não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo que eu fui tua até hoje? Costumei eu alguma vez fazer assim contigo? E ele respondeu: Não. Então, o Senhor abriu os olhos a Balaão...” (Nm 22.28-31). O profeta só viu o anjo depois de ter ouvido a repreensão da jumenta!É, pois, um equívoco pensar que Deus apenas abriu a boca do animal, que, por conta própria, raciocinou, articulou bem as sílabas e impediu a loucura do profeta! Deus abriu a boca da jumenta e lhe deu palavras inteligíveis, como se fosse uma pessoa falando, a fim de repreender Balaão (II Pe 2.16). Isso foi um milagre, uma ação divina sobrenatural! Não houve mensagem profética, do tipo “Assim diz o Senhor”, mas, quanto ao fato de Deus ter usado a jumenta, não há dúvidas.Bem, voltando ao episódio da galinha que teria falado em línguas angelicais, sendo interpretada por um galo, em um galinheiro repleto de aves “batizadas com o Espírito Santo”, afirmo que, como servos do Senhor, não devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências, e sim estas à luz da Palavra de Deus. Esse “testemunho“ é aberrante, antibíblico e blasfemo.Não há nenhum caso similar no Novo Testamento. Mas os defensores de "testemunhos" como esse recorrem a passagens bíblicas isoladas, fora do contexto, dizendo ter a "unção da loucura de Deus", fazendo uma interpretação forçada de I Coríntios 1.25, que não menciona a loucura de Deus de modo literal. Ali a ênfase recai sobre a grandeza da sabedoria de Deus em comparação com a limitada sabedoria humana (cf. I Co 2.1-10). Tanto que o versículo menciona também a "fraqueza de Deus". Por que os milagreiros da atualidade não pregam sobre a "unção da fraqueza de Deus"?Outra passagem preferida dos milagreiros é João 14.12. Fenômenos para lá de exóticos ocorrem, gerando confusão, todos acompanhados de heresias verbalizadas. Isso sem falar do fato de que os tais milagreiros verberam contra veteranos homens de Deus, chamando-os de "velharada". No entanto, quando estudamos, à luz da língua original, a expressão "coisas maiores", vemos que Jesus enfatizou quantidade, e não qualidade das obras. As "obras maiores" que a igreja deve fazer hoje são as mesmas mencionadas em Marcos 16.15-20, e não sinais exóticos, estranhos, esquisitos, que só geram confusão e divisão.Nos cultos da igreja de Beréia, os crentes recebiam de bom grado as pregações, mas as examinavam à luz das Escrituras (At 17.11). Imagine se um pregador, naqueles dias, dissesse que Jesus batiza galinhas com o Espírito Santo! Com certeza, considerariam tal afirmação blasfema, haja vista distorcer o propósito do revestimento de poder, dado exclusivamente às pessoas salvas, obedientes ao Senhor (At 2.39,38; 5.32).Fica para nós uma lição: qualquer experiência, por mais extraordinária e “fenomenal” que seja, se não tiver apoio claro e inquestionável da Palavra de Deus ou gerar confusão doutrinária, deve ser rejeitada. Não é por acaso que as Escrituras nos mandam provar se os espíritos são de Deus (I Jo 4.1). Afinal, quem é espiritual discerne, julga, prova bem tudo (I Co 2.15).Fontes:Ciro Sanches Zibordihttp://cirozibordi.blogspot.com/2008/02/galinha-e-jumenta.htmlhttp://www.pastorpauloroberto.com/index.php?pg=mostra_paginabd.php&c=1

domingo, 6 de abril de 2008

Aconteceu nas religiões:


Este foi um tópico que encontrei em uma comunidade "cristã gay". Leia e tire suas conclusões:


"Mórmons e atração pelo mesmo sexo".


"Segundo declaração do Elder Holland, um dos 12 Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos do Últimos Dias, os sentimentos de atração pelo mesmo sexo não é pecado. A declaração do Apóstolo está na edição de outubro de 2007 da revista A Liahona, órgão oficial de informações relacionadas a Igreja Mórmon no Brasil, na página 40 o Líder Mórmon afirma:
'Sabe, a atração pelo
mesmo sexo não é um pecado, mas a
ação relacionada a esses sentimentos é,
bem como a relacionada aos sentimentos
heterossexuais.' Como membro da IJCSUD, nunca vi um Líder falar assim e ainda mais em uma publicação oficial da Igreja, mesmo que haja uma condenação à prática de sexo homossexual e heterossexual (não consta da referência, mas essa apenas antes do casamento), o simples de fato de hoje não colocarem os sentimentos que atraem indivíduos do mesmo sexo como pecado, já é algo que faz pensar, não acham?"
Quem comenta é o autor da postagem, segundo ele, membro de a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos ultimos dias. Como vemos, não é só nas igrejas mais tradicionais que há um "movimento gay" mas até em movimentos sectários há algum tipo de expectativa quanto a liberação das práticas homoeróticas. Sem dúvida é um sinal dos tempos. E você, conhece algum outro grupo em que haja movimento pró-homoxesualismo? Postem seus comentários.

Por Guilherme Parizio