sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Rede de prostituição operava dentro do Vaticano, diz jornal

La Republica publicou que o Papa ficou abalado com
o conteúdo do dossiê 

Joseph Ratzinger (foto) estava disposto a renunciar havia algum tempo por causa de sua idade avançada, mas só tomou a decisão diante de um dossiê de 300 páginas e capa vermelha, em dois volumes, com o levantamento sobre a existência de uma rede de prostituição que funcionava dentro do Vaticano e em suas cercanias, além de casos de corrupção. A informação é do La Repubblica.

O jornal italiano publicou que o dossiê foi elaborado por três cardeais — o espanhol Julián Herranz, o italiano Salvatore De Giorgi e o eslovaco Josef Tomko — designados por Ratzinger para uma investigação que durou nove meses. Tomko, 88, foi diretor do serviço de contraespionagem do Vaticano durante o pontificado de João Paulo II. 

La Repubblica informou que o papa ficou abalado ao saber dos detalhes de uma descoberta de 2010:  Angelo Balducci, então presidente do Conselho Nacional Italiano de Obras Públicas, telefonava com frequência para Chinedu Thiomas Eheim, um integrante do coro da Capela da Sacrossanta Basílica de São Pedro e que também atuava como agenciador de encontros homossexuais em uma sauna, entre outros locais fora de Roma, e em um endereço dentro do Vaticano.


O telefone de Balducci tinha sido grampeado pelo Vaticano porque se suspeitava que ele estivesse envolvido em corrupção, o que se confirmou. Mas não se esperava que o graduado funcionário estivesse envolvido em uma rede de prostituição, da qual também faziam parte seminaristas gays, de acordo com o jornal. 

Em uma das ligações interceptadas, Eheim disse a Balducci: “Só digo que ele [garoto de programa] tem dois metros de altura, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente ativo”. 

A sauna seria o local preferido de outros religiosos para encontros com amantes, o que o monsenhor Tommaso Sttenico já tinha admitido em entrevista ao canal La7 e foi suspenso de suas atividades por causa disso. 

Ratzinger tomou conhecimento das conclusões “devastadoras” do dossiê no dia 17 de dezembro, embora o caso Balducci-Eheim tivesse sido noticiado com poucos detalhes em 2010.

 Diante do documento, Bento 16 teria dito que o próximo papa, para acabar com essa degenerescência no seio da Igreja, precisaria ser “bastante forte, jovem e santo”.

O conteúdo do dossiê é que teria levado o papa a fazer declarações públicas como a de que “a fragilidade humana está presente também na Igreja”.

O explosivo documento está trancado em cofre em um aposento papal onde poucos têm acesso. A imprensa especula se ele será liberado pelo papa para os cardeais que participarão do conclave da escolha de seu sucessor.

Frederico Lombardi, porta-voz do Vaticano, disse que não confirmaria nem desmentiria a reportagem do La Repubblica. “A comissão [dos três cardeais] fez seu trabalho e entregou seu relatório nas mãos do Santo Padre como deveria ter feito.”


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2013/02/rede-de-prostituicao-funcionava-dentro-do-vaticano.html#ixzz2LePcfDbA 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A DOR DO OUTRO: JÓ E A PROVA DENTRO DA PROVA (Uma pequena reflexão a respeito de um episódio na vida do patriarca)

Por Guilherme Parizio 



Engraçado como nos relacionamentos fraternais o que menos ocorre é isonomia. Temos a tendência de sermos muito severos com nossos amigos e mais flexíveis conosco mesmos. A paciência com os erros ou fraqueza alheia e a palavra certa e branda na hora da tribulação quase sempre não é uma via de mão dupla. Esquecemos que a linha entre ser "profeta" na vida do outro, denunciando o pecado, e a simples crítica fácil, dando diagnósticos nem sempre justos e condizentes com a real situação do "amigo" naquele momento crucial é muito sutil. Damos uma de "amigo de Jó". 



Para quem não lembra, o patriarca, por ocasião de sua prova, recebeu a visita de seus amigos Elifaz, Bildade e Zofar. Visita de amigos na hora da tribulação, que refrigério! Um consolo para a alma. Contudo, ao dar continuidade a leitura do texto sagrado vamos constatar que essa visita, não obstante ser de boa fé, resultou em mais angustia para Jó em alguns momentos. E longe de consolá-lo trouxe mais dissabores para ele. 



A boa fé da visita pode ser comprovada na passagem que se encontra no cap. 2 v. 11 e 12: 


“11 Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo esse mal que lhe havia sucedido, vieram, cada um do seu lugar: Elifaz o temanita, Bildade o suíta e Zofar o naamatita; pois tinham combinado para virem condoer-se dele e consolá-lo”.
12 E, levantando de longe os olhos e não o reconhecendo, choraram em alta voz; e, rasgando cada um o seu manto, lançaram pó para o ar sobre as suas cabeças."

Observamos nessa passagem todas as demonstrações de pessoas amigas e preocupadas com a real situação do outro: 

1-"Ouvindo... vieram cada um do seu lugar"

Ouve um desprendimento da parte dos amigos que deixaram seus afazeres. Haja visto a situação econômica de Jó, podemos supor que esses seus amigos eram ricos comerciantes do oriente. Eles não mediram esforços e abandonaram tudo o que estavam fazendo para estarem com o amigo. Isso denota que os mesmos, não obstante a riqueza que possuíam, davam mais valor a vida humana e ao próximo do que a bens materiais.

2-"Consertaram juntamente virem condoer-se dele e consolá-lo"

Havia um propósito benevolente por parte dos três. O trio primeiramente se reuniu e deliberaram em consolar o amigo juntos. Certamente com a presença dos três haveria mais chance de sucesso em reanima-lo. Não era uma atitude precipitada e oriunda de um desejo mórbido de simplesmente "ver" o sofrimento do outro. Muitas vezes recebemos visitas de "amigos" que escutam de nossos problemas e simplesmente aparecem de forma inesperada. Porém os tais não tem outra intenção se não certificarem-se de nossa real situação. Longe de nos ajudar tais pessoas compram e vendem nossa história para outras pessoas, muitas vezes tecendo criticas maldosas. Não era o caso aqui. O sentimento de compaixão era patente e a bíblia o deixa bem claro.

3-"Levantaram a voz choraram... (v. 12)

A cena do homem desfigurado e prostrado foi muito forte pra eles. Aqui é visível o sentimento de empatia. Certamente eles estavam acostumados a ver o comerciante bem sucedido e não um mendigo chaguento. O ato de rasgar as vestes denota alta indignação. Eles estavam muito transtornados com aquela situação.

Diante dessa explanação os amigos poderão indagar: diante de toda essa boa vontade e altruísmo por parte dos amigos, onde e porque eles erraram? Isso é o que veremos a seguir em outro post, caso queiram ler. 

(comecei a escrever esse post agora de 5:30 da manhã, acompanhado de nenhum outro livro senão a bíblia sagrada. Preciso dar uma saída)

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vou fazer 40 e ainda não casei!


Por Guilherme Parizio

Com exceção da barba, serei eu daqui a alguns anos? 
No próximo dia 1 de março estarei completando a "significativa" data de 40 anos. Olho para traz e penso: "Ufa, n acredito que já faz tanto tempo!" De todas as coisas que já aconteceram comigo, das mais simples as mais inusitadas, uma que mais chama atenção é, na verdade, uma que não aconteceu: o meu "não casamento" ou minha obstinada solteirice. Chama a atenção principalmente pelo fato de ser cristão, e cristão evangélico, (e pentecostal!). A grande maioria de meus amigos e conhecidos já estão ou casados ou enrolados. E quanto mais o tempo passa mais pessoas me indagam os motivos da minha aversão a essa instituição divina chamada casamento. No meu antigo emprego na Luz e Vida não havia um dia em que o tema casamento não fosse trazido à baila.Todos os dias eu tinha que estar preparado para responder sobre isso, tanto aos meus colegas quanto aos mais diversos clientes que frequentavam a loja (clientes antigos ou mesmo aqueles que mal acabavam de conhecer nosso ambiente). Isso no maior deboche, quando não beirava a ofensa mesmo!

Na época em que estava com o stand da Luz e Vida na ESTEADEB era pior. Lá era um ambiente sóbrio, frequentado pelas mentes mais pensantes de nossa igreja. Os mais profundos assuntos teológicos eram debatidos por lá. Na hora do intervalo era instigante ver as indagações dos ávidos alunos aos capazes professores, Nadjakson, Alessandro Barreto, Walson Sales, etc., que por sua vez respondiam de forma satisfatória, demonstrando por sua vez que mereciam um lugar no corpo docente do seminário. Na secretaria sempre podíamos ouvir um gostoso papo sobre escatologia bíblica conduzido pelo perspicaz prof° Saulo, ou uma verdadeira aula informal sobre línguas originais proferida pela profª Azenate. Irmã Sherline, a secretária, também não ficava atras e sempre nos brindava com alguma informação sobre sua área, a psicologia. Era assim entre eles. Agora, não obstante sempre me considerarem e me darem honra mais do que eu merecia, me trazendo na conta de alguém preparado profissionalmente e também teologicamente (algo que agradeço, pois de fato sempre fui muito bem tratado naquele lugar), sempre que algum deles se dirigia a minha pessoa o assunto, na grande maioria das vezes, se isolava em um só tema: "por que que o senhor nessa idade ainda não se casou?" kkkkkkkk. Confesso que muitas vezes não sabia o que responder. Realmente nunca havia pensado muito sobre o tema, até hoje.

Não havia pensado direito, e agora quando penso ainda não tenho resposta. Mas vou postar mesmo assim. É só um desabafo mesmo.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Edições Inusitadas da Bíblia I: Edição NTLH com Deuterocanônicos (Apócrifos)

Meu exemplar 

Por Guilherme Parizio

Estava editando uns álbuns no face e vi a foto dessa minha bíblia. Fui à estante e comecei a manusear a mesma.  Resolvi  então colocar em prática o projeto que tive em mente no dia em que a adquiri: escrever uma pequena resenha sobre ela . Aqui vai. É apenas um pequeno esboço.

Um fato inusitado: esta bíblia é uma coedição da SBB com as Edições Paulinas. É uma edição da NTLH acrescentada com os deuterocanônicos (apócrifos, como nós protestantes costumamos nomear).  O texto canônico é de autoria e responsabilidade da SBB. Os deuterocanônicos (Tobias, Judite adições a Ester, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e adições a Daniel) da SBU, Sociedade Bíblica Unida. Analisando a introdução, pude perceber que estes últimos (os deuterocanônicos) também são considerados NTLH, não obstante a tradução ter sido efetuada por outra entidade que não a SBB. Os editores afirmam que “tradutores da SBU e peritos católicos, designados pela CNBB, trabalharam esmeradamente na revisão dos livros deuterocanônicos” (do prefácio, grifo acrescentado). Essa parceria não é novidade, pois já nos anos 80 a SBB e a CNBB já haviam consolidado uma parceria ao publicarem uma edição catequética do novo testamento na antiga tradução TLH, precursora da atual NTLH. A bíblia completa só saiu a lume em 2005. A demora se deu exatamente por não haver uma tradução dos deuterocanônicos em linguagem popular. Em 1990 foi lançada a “Edição Pastoral”, mas dessa vez sob a tutela única da Igreja Católica, por intermédio da Paulus. Não havia sentido de se publicar um texto do A.T. faltando uma parte importante da escritura, no entendimento católico.  Seria como publicar uma bíblia mutilada. Algo como um novo testamento sem as epistolas gerais ou sem algumas cartas de Paulo. Também não faria sentido publicar uma edição com uma parte do texto em TLH e outra parte em, digamos, tradução do padre Matos Soares. Agora esse problema está resolvido: com essa bíblia o esforço ecumênico e pastoral latino-americano ganha um pouco mais de fôlego. Não sem, claro, resistência por parte dos mais conservadores. Uma pequena polêmica se levantou na época do lançamento, que foi rapidamente esquecida. Na verdade, não tenho dificuldade em usar essa bíblia e em indica-la para um amigo. Acho que toda tradução honesta da Bíblia é válida. Se essa vem com os apócrifos considero um “bônus”. Sei que no mundo acadêmico e da erudição bíblica não há barreiras denominacionais.  Eu de cá adquiri o meu exemplar a algum tempo. Agora daí a endossar o conteúdo desses livros é um abismo colossal.  Mas isso é assunto para outro post.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI vai renunciar ao pontificado em 28 de fevereiro


Ele fez o anúncio pessoalmente nesta segunda-feira (11) no Vaticano.
Pontífice disse que deixa o cargo por não ter mais forças para exercê-lo.


Papa Bento XVI vai renunciar a seu pontificado em 28 de fevereiro.
Bento XVI anunciou a renúncia pessoalmente, falando em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano.
O surpreendente discurso foi feito entre as 11h30 e 11h40 locais (8h30 e 8h40 do horário brasileiro de verão), segundo o Vaticano. A Rádio Vaticana publicou o áudio.
A Santa Sé anunciou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra "o mais rápido possível" e até a Páscoa, segundo o porta-voz Federico Lombardi.Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo.
O pontífice afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto.
"Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro", disse Joseph Ratzinger.
Na véspera, Bento XVI escreveu em sua conta no Twitter: "Devemos confiar no maravilhoso poder da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e renova".
Sucessor de João Paulo II, Bento XVI havia assumido o papado em 19 de abril de 2005, com 78 anos.
Vaticano afirmou que a renúncia vai se formalizar às 20h locais de 28 de fevereiro (17h do horário brasileiro de verão), uma quinta-feira.
Até lá, o Papa estará "totalmente encarregado" dos assuntos da igreja e irá cumprir os compromissos já agendados, segundo a Santa Sé.
O novo Papa será escolhido pelo conclave de cardeais, como de costume.
Decisão surpreendente
O porta-voz do Vaticano disse que a decisão do Papa surpreendeu a todos do seu círculo mais próximo.
arte veja trajtetória do papa versao 2 (Foto: 1)
Lombardi afirmou que, após a renúncia, Bento XVI vai à residência papal de verão, em Castel Gandolfo, próximo a Roma, e depois irá morar em um mosteiro dentro do Vaticano, que vai ser reformado para recebê-lo.
Lombardi também disse que Bento XVI não vai participar do conclave.
O porta-voz afirmou que Bento XVI mostrou "grande coragem" no seu gesto e descartou que uma depressão tenha sido o motivo da renúncia.
Lombardi também descartou que Bento XVI vá interferir no papado de seu sucessor.
Aparência frágil
Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar.
Georg Ratzinger, irmão do Papa, afirmou à France Presse que o pontífice já planejava a renúncia havia alguns meses.
O diretor do jornal do Vaticano, o 'L'Osservatore Romano', Giovanni Maria Vian, disse que a decisão foi tomada há quase um ano.
Crises no pontificado
Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história.
Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso do que seu predecessor quando foi eleito.
O papado do conservador alemão foi marcado por algumas crises, com várias denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes e acobertamento por parte do clero católico em vários países, que abalou a igreja, por um discurso que desagradou aos muçulmanos e também por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados por intermédio de seu mordomo pessoal, o chamado "VatiLeaks", que revelou os bastidores da luta interna pelo poder na Santa Sé.
Os escândalos de pedofilia o levaram, em várias ocasiões, a expressar um pedido de perdão público às vítimas e parentes e a reconhecer, durante sua viagem a Portugal, em maio de 2010, que a maior perseguição que sofria a Igreja não vinha de seus "inimigos externos" e sim de seus "próprios pecados". Na ocasião, ele prometeu que os culpados responderiam "ante Deus e a justiça ordinária" pelos crimes.
Como Papa, Bento XVI tomou medidas que confirmaram o seu perfil conservador, como autorizar a missa em latim, em setembro de 2007.
Em janeiro de 2009, ele suspendeu a excomunhão de quatro bispos integristas do movimento ultraconservador de Marcel Lefebvre, entre eles o britânico Richard
Em duas ocasiões, Bento XVI visitou a América Latina.
A primeira em maio de 2007, para assistir à assembleia geral da Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (Celam), celebrada na cidade de Aparecida, São Paulo.
Nessa ocasião, ele negou que a religião católica tivesse sido imposta pela força aos povos americanos, o que lhe valeu duras críticas de religiosos e laicos que recordaram as atrocidades cometidas pelos conquistadores da América em nome da fé.
Ele também canonizou Frei Galvão, primeiro santo brasileiro.
Em março de 2012, ele visitou o México e Cuba, onde defendeu a liberdade e os direitos da Igreja e recordou a primeira e histórica visita de João Paulo II à ilha comunista em 1998.
Nas questões morais, ele se manteve inflexível como seu antecessor.
Em nome da defesa da vida, Bento XVI manteve a condenação do aborto, da manipulação genética, da eutanásia e do casamento gay.
Segundo ele, o cristianismo só é crível se for exigente. Bento XVI prefere uma Igreja minoritária e convencida a uma grande comunidade de fé vaga.
Livros e encíclicas
Entre 2007 e 2012, o papa teólogo publicou três livros sobre a vida de Jesus, a partir de dados fundamentais oferecidos nos Evangelhos e em outros escritos do Novo Testamento.
Neles, reflete sobre a figura de Jesus Cristo na qualidade de teólogo, não como sumo pontífice da Igreja Católica, um imponente exercício intelectual, que, além disso, foi um êxito internacional de vendas.Bento XVI escreveu três encíclicas: "Deus caritas est" (Deus é caridade, 2005), sobre a caridade e o amor divino, "Spe salvi" (Salvos pela esperança, 2007), na qual faz uma autocrítica ao cristianismo moderno e analisa principalmente o pessimismo e o materialismo que sacode os europeus, e "Caritas in veritate" (Na caridade e na verdade, 2009).
O Papa era aguardado no Rio de Janeiro em julho deste ano, onde iria participar da Jornada Mundial da Juventude, que vai reunir jovens católicos do mundo inteiro.
A Arquidiocese do Rio afirmou que a renúncia do Papa não vai mudar a programação do evento.
O Vaticano vai fazer uma cerimônia de despedida para Bento XVI antes do término de seu pontificado, aoà qual devem comparecer fiéis de todo o mundo e autoridades "de muitos países", disse o cardeal decano, Angelo Sodano.
Leia a íntegra do discurso em que o Papa anunciou sua renúncia:
"Caros irmãos:
Convoquei-os para este consitório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicar a vocês uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro. Eu estou bem consciente de qu esse ministério, devido à sua natureza essencialmente espiritual, deve ser levado não apenas com com palavras e fatos, mas não menos com oração e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a mudanças tão rápidas e abalado por questões de profunda relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário tanto força da mente como do corpo, o que, nos últimos meses, se deteriorou em mim numa extensão em que eu tenho de reconhecer minha incapacidade de adequadamente cumprir o ministério a mim confiado. Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, confiado a mim pelos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo qual a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, vai estar vaga e um conclave para eleger o novo Sumo Pontífice terá de ser convocado por quem tem competência para isso.
Caros irmãos, agradeço sinceramente por todo o amor e trabalho com que vocês me apoiaram em meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, vamos confiar a Sagrada Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar a sua santa mãe Maria para que ajude os cardeiais com sua solicitude maternal, para eleger um novo Sumo Pontífice. Em relação a mim, desejo também devotamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro, através de uma vida dedicada à oração.


Fonte: G1