Meu exemplar |
Por Guilherme Parizio
Estava editando uns álbuns no face e vi a foto dessa minha bíblia. Fui à estante e comecei a manusear a
mesma. Resolvi então colocar em prática o projeto que tive em
mente no dia em que a adquiri: escrever uma pequena resenha sobre ela . Aqui vai.
É apenas um pequeno esboço.
Um fato inusitado: esta bíblia é
uma coedição da SBB com as Edições Paulinas. É uma edição da NTLH acrescentada
com os deuterocanônicos (apócrifos, como nós protestantes costumamos
nomear). O texto canônico é de autoria e
responsabilidade da SBB. Os deuterocanônicos (Tobias, Judite adições a Ester, 1
e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e adições a Daniel) da SBU,
Sociedade Bíblica Unida. Analisando a introdução, pude perceber que estes
últimos (os deuterocanônicos) também são considerados NTLH, não obstante a
tradução ter sido efetuada por outra entidade que não a SBB. Os editores
afirmam que “tradutores da SBU e peritos católicos, designados pela CNBB,
trabalharam esmeradamente na revisão dos livros deuterocanônicos” (do
prefácio, grifo acrescentado). Essa parceria não é novidade, pois já nos anos 80 a SBB e a CNBB já
haviam consolidado uma parceria ao publicarem uma edição catequética do novo
testamento na antiga tradução TLH, precursora da atual NTLH. A bíblia completa
só saiu a lume em 2005. A demora se deu exatamente por não haver uma tradução
dos deuterocanônicos em linguagem popular. Em 1990 foi lançada a “Edição
Pastoral”, mas dessa vez sob a tutela única da Igreja Católica, por intermédio
da Paulus. Não havia sentido de se publicar um texto do A.T. faltando uma parte
importante da escritura, no entendimento católico. Seria como publicar uma bíblia mutilada. Algo
como um novo testamento sem as epistolas gerais ou sem algumas cartas de Paulo.
Também não faria sentido publicar uma edição com uma parte do texto em TLH e
outra parte em, digamos, tradução do padre Matos Soares. Agora esse problema
está resolvido: com essa bíblia o esforço ecumênico e pastoral latino-americano
ganha um pouco mais de fôlego. Não sem, claro, resistência por parte dos mais
conservadores. Uma pequena polêmica se levantou na época do lançamento, que foi
rapidamente esquecida. Na verdade, não tenho dificuldade em usar essa bíblia e
em indica-la para um amigo. Acho que toda tradução honesta da Bíblia é válida.
Se essa vem com os apócrifos considero um “bônus”. Sei que no mundo acadêmico e
da erudição bíblica não há barreiras denominacionais. Eu de cá adquiri o meu exemplar a algum tempo.
Agora daí a endossar o conteúdo desses livros é um abismo colossal. Mas isso é assunto para outro post.
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